Paraná e Atlético brigam pela “Sul”

Para muitos, a principal crítica ao campeonato brasileiro de pontos corridos é a distância aberta entre os pelotões da frente e do final da tabela. Com 24 clubes e nenhum atrativo confirmado além das vagas para a Libertadores, o Brasileirão tem um grupo de clubes que não alimenta, em tese, mais nenhuma esperança. Mas um ?empurrão? da CBF pode animar de vez a competição nesta reta final.

Desde o final de março, quando o Brasileiro começou, a entidade-mor do nosso futebol promete definir como serão entregues as vagas para a Copa Sul-Americana de 2004. Por enquanto – e olha que já passaram cinco meses -, não há definição. Mas se considerarmos que possivelmente oito times serão classificados pelo critério técnico (como obriga o Estatuto do Torcedor), a luta envolveria quase todos os times que estão no bloco intermediário.

E envolveria diretamente Paraná e Atlético. Nas contas do matemático Tristão Garcia, o Tricolor tem 1% de chances de chegar à Libertadores, enquanto o Rubro-Negro nem aparece nas estatísticas. Mas ambos estariam na briga por uma vaga na Sul-Americana. Caso os cinco primeiros do Brasileiro (entre eles o Coritiba) sejam levados à Libertadores, o que deve acontecer, até o 13.º colocado teriam assento na Copa.

E o Paraná é exatamente o 13.º colocado, com 39 pontos. Vencendo o Coritiba no clássico de domingo, o Tricolor pode chegar na nona posição, o que aumentaria substancialmente suas chances. Se também tiver sucesso no final de semana (joga com o Cruzeiro, sábado, no Joaquim Américo), o Atlético entra de vez nessa disputa, além de ter seu resultado valorizado – até na matemática – por ser sobre o líder do Brasileiro.

Pelos prognósticos e pelo rendimento, São Caetano, Criciúma e Atlético-MG dificilmente perderiam suas vagas, além de ainda lutarem para estar na Libertadores. Flamengo, Corinthians, Guarani e Vitória estão no mesmo grupo do Paraná, e uma vitória muda todo o posicionamento desses times. O Atlético está mais atrás, junto de Vasco e Paysandu, e próximo de Figueirense e Goiás, que é o melhor time do returno.

Para a dupla da capital, vencer no final de semana também representa muito nos planos de escapar matematicamente do fantasma do rebaixamento. Tanto Paraná quanto Atlético têm, segundo Tristão Garcia, 1% de chances de cair. São chances mínimas, já que os ?postulantes? mais próximos são Ponte Preta e Bahia, que estão a cinco pontos do Rubro-Negro.

O desespero mesmo fica para Fortaleza, Fluminense (“a seqüência de jogos do Flu é pavorosa”, confessa Tristão Garcia) e principalmente Grêmio, que estão longe dos rivais diretos. E ele avisa que o sofrimento não passará tão cedo. “Quem está lá no fim da tabela vai penar até a última rodada”, garante o matemático. Sorte nossa!

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