Saco de pancadas

Paraná Clube segue firme para a Terceira Divisão

Convenhamos: o resultado do jogo de ontem na Vila Capanema era esperado. Perder para o Santo André, time com mais qualidade, melhor armado e em melhor fase, é totalmente natural para o Paraná Clube.

Assim, perdendo por 1×0 (a sexta derrota consecutiva), o Tricolor encerrou o primeiro turno da Série B na antepenúltima colocação, “firmando-se” como fortíssimo candidato para o rebaixamento para a terceira divisão. Apesar da revolta da torcida, diretoria e jogadores pareceram aceitar passivamente mais um fracasso.

Os pouco mais de dois mil “heróis” que foram à Vila Capanema em uma noite de queda brusca de temperatura estavam com a pulga atrás da orelha. Como seria o comportamento da equipe, que refutou com veemência a acusação de “corpo mole”? Será que, pelo menos em casa, e pressionados com a ameaça de dispensa, o time iria reagir? Ou seria a mesma equipe indolente das derrotas para Ponte Preta e CRB?

Alguns torcedores viraram as faixas de cabeça para baixo. Outros eram mais originais: foram de uniforme completo para o estádio, ficavam se aquecendo e “pedindo substituição” para o técnico Paulo Comelli. Com mais vontade e mais amor pela camisa, eles iriam melhor que muitos titulares do Tricolor.

Que até começou bem, marcando sob pressão, com Murilo partindo para cima dos zagueiros e o time criando boas oportunidades. Numa delas, Gílson perdeu um gol na pequena área. Noutra, Rogerinho estava com o gol livre, e mandou nas nuvens.

Como é de praxe na tragédia tricolor, o Santo André abriu o placar em um lance de puro azar. Aos 29 minutos, o lateral Cicinho chutou de muito longe. A bola desviou no capitão Luciano e enganou Fabiano Heves. “Futebol é duro…”, lamentou o técnico Paulo Comelli.

A torcida não agüentava. Vaias e xingamentos tomaram conta da Vila Capanema até o apito final da primeira etapa. À trinca que se aquecia nas arquibancadas, juntaram-se os reservas da equipe, para que Comelli fizesse alguma coisa no intervalo. E ele fez o óbvio: colocou Leonardo no lugar do inexpressivo Gílson.

Só que o rendimento da equipe seguiu o mesmo. E continuou com as entradas de Gláucio e Fábio Luís, que não contribuíram em nada. Restou à torcida protestar e sonhar com um improvável empate (que não veio) na pressão dos minutos finais. E o que vai acontecer no Paraná Clube agora? Esperam-se atitudes, não a falta delas, como se constatou na semana que terminou com mais uma derrota.

BRASILEIRO
SÉRIE B – 19ª RODADA
PARANÁ CLUBE 0x1 SANTO ANDRÉ
PARANÁ

Fabiano Heves; Murilo, Daniel Marques, Luciano e Rogerinho; Agenor, Diego, Cristian (Fábio Luís) e Éverton; Marcelinho (Gláucio) e Gilson (Leonardo).
Técnico: Paulo Comelli
SANTO ANDRÉ
Neneca; Cicinho, Douglas, Marcel e Jaílson; Fernando, Willians (Juninho), Pará e Marcelinho Carioca (Fábio); Márcio Mixirica e Elton (Tatá).
Técnico: Sérgio Soares
SÚMULA
Local:
Durival Britto
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF)
Assistentes:
Alécio Aparecido Lezzo (MS) e Rilmar Ribeiro Primo (MT)
Gol: Cicinho 29 do 1º
Cartões amarelos:
Willians, Pará, Elton, Marcelinho Carioca, Tatá (SA)
Renda: R$ 29.150,00
Público: 2.227 (2.029 pagantes)