Paraná Clube apela pra união dos paranistas

Em 21 atos, a tragédia se confirmou. Após um primeiro turno ridículo, o Paraná Clube está rebaixado à Divisão de Acesso do futebol paranaense. Um quadro melancólico e que, no fundo, era previsível. Não para a diretoria paranista e para Aquilino Romani. O presidente mantém discurso de incredulidade com a situação e deposita sua confiança em uma reviravolta no tapetão. “Não me considero rebaixado. Há ainda um julgamento, que irá definir essa questão”, resumiu o comandante maior do clube e principal alvo das críticas dos torcedores nesse momento vexatório.

Nem o mais pessimista torcedor tricolor poderia conceber essa situação. Em 22 edições de Campeonato Paranaense, o Paraná só havia corrido risco por duas vezes (em 2003 e 2004). Desta vez, a ameaça se concretizou e uma campanha pífia resultou na inédita degola. “O nosso primeiro turno, com o Roberto Cavalo, foi terrível. Ficou difícil recuperar. Ainda mais este ano, onde os clubes do interior vieram mais fortes que em anos anteriores”, lamentou o presidente Aquilino Romani, que agora tem apenas sete meses para não entrar na história como o pior dirigente do Tricolor.

Romani preferiu não responder aos apelos dos torcedores, que logo após o empate contra o Arapongas pediram sua renúncia. “Não vou falar sobre isso. Não me arrependo de ter assumido a presidência, mesmo tendo sido abandonado por pessoas que haviam prometido um aporte financeiro, no ano passado”, desabafou o presidente paranista. “Vamos nos reunir. Ninguém pensa em renúncia, mas se aparecer alguém com soluções, não tenho vaidade em relação a isso”, disparou Aquilino.

Mesmo diante da situação ímpar na vida do clube, o presidente repetiu o mesmo discurso de lamúrias dos últimos tempos. “Não temos recursos. O pouco dinheiro que teríamos a receber, com cotas de tevê e de participação na Copa do Brasil, está penhorado por conta de ações”, registrou. “Pagamos hoje por tudo o que não foi feito no passado. Em especial nos últimos quatro, cinco anos”, cutucou. Porém, Romani, hoje presidente, ocupava outra “cadeira” em gestões anteriores – agora, por ele criticadas.

Aquilino Romani reafirmou que, hoje, só vê uma solução para o Paraná. “Temos que unir aquelas pessoas que querem o bem do clube. Precisamos voltar à Série A do Brasileiro, única alternativa para recuperarmos receitas e, assim, reestruturar o clube”, arrematou. A questão que fica no ar é simples: essa diretoria, após tantos fracassos, será capaz de reformular o time, pensando na Série B?