Operário Ferroviário está de volta

Após dez anos no ostracismo, o Operário Ferroviário, segundo clube mais antigo do Paraná (1.º de maio de 1912), reabre as suas portas, para alegria da torcida ponta-grossense. A equipe está confirmada na Série Prata de 2004, que terá início no dia 25 de abril. O Fantasma estréia contra o Centro Paranaense de Futebol (CPF), de Fazenda Rio Grande, reinaugurando o Estádio Germano Krüger, que foi reformado com o apoio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

A cidade está em polvorosa com a volta do clube, campeão paranaense de 1969. Entre 94 e 2002, o Operário deu o espaço ao Ponta Grossa, comandado por Antônio Mikulis. Com a interdição do Germano Krüger em 2002 – que era locado pelo Ponta Grossa – Mikulis tirou o time de campo, que cedeu a vaga à Adap, de Campo Mourão. No ano passado, a Adap conseguiu garantir uma vaga na Série Ouro e se desfez da parceria.

Para não deixar a cidade órfã de futebol, a diretoria do Operário Ferroviário achou que este era o momento de voltar à cena. “Tivemos ajuda do prefeito Péricles Mello para reformar o estádio e em maio estaremos quitando a última parcela das 96 do parcelamento do INSS”, diz o presidente do clube, Sílvio Cosmoski Júnior.

Foram justamente as dívidas que fizeram o Fantasma sair de cartaz. “Foram dez anos tentando tirar o time do buraco. Agora, pelo menos poderemos respirar, ainda mais com o auxílio da Lei de Incentivo ao esporte”, diz – a Prefeitura pode repassar até R$ 340 mil ao time caso ele chegue à final. A reestruturação do clube coincidiu com o convite da Federação Paranaense de Futebol (FPF) para a disputa da Série Prata.

Prefeitura e clube recuperam estádio

Em maio de 2002, o Estádio Germano Krüger foi interditado pelo Ministério Público. Há algum tempo eram solicitadas reformas, mas por falta de dinheiro do Operário Ferroviário, dono do estádio, ele foi vetado, como praça esportiva e cultural. Sem disposição para investir nas reformas, o Ponta Grossa, que desde 94 era o representante da cidade no campeonato paranaense e utilizava o estádio, retirou-se do futebol, deixando a cidade órfã do “esporte bretão”.

Incomodada com a situação, a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa iniciou uma conversação buscando uma parceria com o Operário Ferroviário, o segundo clube mais antigo do Estado. “Foi um árduo trabalho, pois o Operário Ferroviário estava tentando se reerguer. Mas depois de um ano e meio, conseguimos”, disse à Tribuna o Secretário de Esportes, Antônio Carlos Frasson.

Com o apoio da Prefeitura, foram investidos R$ 120 mil na reforma do estádio, provenientes da lei de incentivo ao esporte. “Na verdade, formou-se uma comissão gestora com três membros da prefeitura e três membros da diretoria do Operário Ferroviário, que vai trabalhar junta por cinco anos”, diz Frasson.

Na primeira ação da comissão, foram reformadas as arquibancadas, a cobertura das arquibancadas, portões de acesso, banheiros, vestiários, rede elétrica, rede hidráulica e sistema de segurança, alojamentos, bem como reforma do gramado. “Ainda tem muito a ser feito, mas por ora, o estádio está pronto para receber os jogos da Série Prata”, diz Frasson. A liberação do Germano Krüger foi dada na semana passada, com capacidade para 13.500 pessoas.

Investimentos

Os investimentos da Prefeitura não param por aí. Para ajudar na manutenção do time profissional, serão repassados R$ 350 mil, caso o Operário Ferroviário chegue à fase final da Série Prata. O pagamento será feito por temporada.

Nas categorias de bases – juniores, juvenil e infantil – serão investidos por ano R$ 140 mil, com a intenção de mobilizar os adolescentes da cidade. “Na primeira peneirada que fizemos, tivemos perto de 1.500 interessados em fazer os testes. Isso nos deixou bastante animados, pois estamos pensando no futuro do futebol em Ponta Grossa”, finaliza Frasson.

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