O sonho do Coritiba em construir um novo estádio continua vivo. O clube tem estreitado as conversas com o empresário João Destro, que no final de junho arrematou, em leilão, o estádio Pinheirão por R$ 57,5 milhões. De acordo com ele, o Coxa já o procurou algumas vezes, e até apresentou um projeto, mas nenhuma negociação foi aberta oficialmente ainda. “Um conselheiro do clube me ligou umas duas, três vezes. Eles tem um projeto, mas não avaliamos ainda a proposta. Nem abrimos negociações. Por enquanto foi só uma conversa informal realmente”, disse Destro, que mora em Cascavel.
Porém, fontes ligadas ao Coxa garantem que não foram poucas as conversas entre as duas partes e que recentemente as negociações “ficaram muito boas”. Isto porque, nesta semana, a matrícula do local foi oficilizada no nome de João Destro, uma vez que o pedido da Federação Paranaense de Futebol (FPF) de tentar anular o leilão não foi acatado pela Justiça.
Faltando pouco menos de um mês para o 103.º aniversário do Alviverde, esse poderia ser o presente tão esperado para o torcedor – outra hipótese seria fechar o terceiro anel do Couto Pereira, que também tem sido estudada. Porém, com a evolução das conversas a respeito do Pinheirão, reformar o atual estádio ficaria em segundo plano. Só que os dois lados não acreditam que em tão pouco tempo tudo seja definido, já que ainda é preciso ver uma série de condicionantes, como a formalização do acerto, aguardar todos os julgamentos sobre o local e formalizar a parceria, definindo a porcentual que caberia a cada um. “Não acredito que em um mês tenha alguma definição”, falou o novo dono do Pinheirão.
Até mesmo uma parceria com o Paraná Clube, para que o estádio fosse dividido entre os dois clubes, pode acontecer. O superintendente de futebol do Tricolor, Celso Bittencourt, negou qualquer negociação, mas não descartou futuramente conversar com o Coritiba. “Nada foi tratado a respeito disso, mas, particularmente, entendo que sentaríamos para conversar sem problemas”, declarou o dirigente.
Ainda assim, apesar das negociações avançadas, Destro afirmou que não tomou uma decisão a respeito do que será feito no local. Segundo ele, vários tipos de propostas já surgiram, mas que nenhuma chegou a ser oficializada e que tudo depende de uma série de estudos a respeito da região. “Temos muitas propostas, mas nada concreto ainda. Vai depender de uma série de estudos. Um centro de eventos em Curitiba seria ótimo, por exemplo. Já tive ofertas para construir um shopping, um condomínio residencial, mas não tem nada definido ainda”, reafirmou.
Nem mesmo vender o terreno está descartado. O empresário declarou que já pensou nesta hipótese ao constatar o valor que está sendo desembolsado na Arena da Baixada nas obras visando a Copa do Mundo de 2014. “Esses dias me surgiu a ideia de vender o Pinheirão. O governo está colocando 180 milhões na Arena. Com esses 180 milhões, eles podem comprar o terreno e ficar com aquilo tudo para eles, porque o dinheiro que está indo para o Atlético a gente sabe que não vai mais voltar”, disse, aproveitando para cutucar o governo municipal. Vale lembrar que o custo total da obra na Arena será de R$ 184,6 milhões, sendo que R$ 123 milhões serão repassados pela prefeitura de Curitiba por meio do potencial construtivo.