No “Maracanã” do surfe, Brazucas 7 x 1 Gringos

Depois de dois dias de deslocamentos, finalmente ontem, no terceiro dia do Nova Schin Festival WCT Brasil, a competição pôde ser realizada na Praia da Joaquina, o “Maracanã” do surfe brasileiro.

Florianópolis, SC – E, quando se joga no próprio campo, as chances de vitória são maiores. Isso ficou comprovado com as vitórias nos confrontos diretos entre brasileiros e estrangeiros nas treze baterias realizadas ontem, válidas pela segunda fase (repescagem) da décima etapa do Circuito Mundial de Surfe.

O início da repescagem foi desalentador para os brasileiros, com os gringos abrindo três a zero, mas na Joaca o show foi dos brazucas, que venceram sete dos oito confrontos. E quem perdeu foi justamente o dono da festa. Teco Padaratz, dono da licença para realização da etapa sul-americana do WCT pelos próximos três anos, perdeu para Shane Powel na última bateria do dia (16,66 x 12,16), registrando, de quebra, o maior escore do dia.

Mas a família será representada hoje com a presença do irmão mais novo, Neco (contra Richard Lovett, na terceira bateria), entrando na onda da Praia Mole, para onde deve se dirigir o evento hoje, por falta de ondas na Joaquina. Mas a mudança de local só será confirmada no início da manhã de hoje.

Começo arrasador

Nas cinco primeiras baterias do dia, foram cinco vitórias brasileiras. Começou com Tânio Barreto superando por pouco Dean Morrisson (10,57 x 10,26), prosseguiu com Odirlei Coutinho batendo Daniel Wills (13,84 x 9,00), Damien Hobgood não suportou a pressão de Renan Rocha (12,67 7,17). A seguir, a maior surpresa do dia, com Marcelo Nunes detonando Mark Occhilupo (13,17 x 14,16) e fechando a seqüência de vitórias, Rodrigo Pedra Dornelles superou com estilo a Phillip McDonald (13,66 x 11,14).

Depois de uma bateria em que Tom Withaker despachou Nathan Hedge, Paulo Moura eliminou Danilo Costa (11,83 x 9,77).

Outra bateria gringa mostrou que o americano Kalani Hobb segue forte na briga pelo título da etapa, pois mandou para casa Luke Stedman. A seguir, Victor Ribas prosseguiu com o show brazuca, despachando Darren O’Rafferty (14,83 x 12,73). Michael Campbell não conseguiu superar Bean Emerton, que segue na disputa.

Na penúltima bateria do dia, Peterson Rosa deu um espetáculo à parte. Correndo contra Armando Daltro, o paranaense não tomou conhecimento do adversário e foi para cima, pressionando o adversário com duas boas notas já no começo da bateria. Depois, só teve o trabalho de administrar a vantagem (15,17 x 13,33).

Palco do show

No terceiro dia de competições do Nova Schin Festival WCT Brasil, finalmente a organização pôde aproveitar toda a estrutura montada na Praia da Joaquina, de onde o circo da competição não saiu. Com dois palcos gigantes, com capacidade para abrigar cerca de seiscentas pessoas – um para imprensa e convidados e outro destinado à direção de prova, surfistas, patrocinadores e staff geral -, a competição teve seu primeiro grande dia de sol com praia cheia e ondas de 2 pés (um metro).

O público ontem foi o maior do evento. Com sol e praia cheia, cerca de nove mil pessoas invadiram as areias da Joaquina. Hoje começa a terceira fase da etapa, com as disputas do terceiro round, com a definição de quem passa às oitavas-de-final da décima etapa do WCT.

Teco, um sonho realizado

Florianópolis

– “Estou muito feliz. É o maior sonho da minha vida e estou realizando!” Esta declaração de Flávio “Teco” Padaratz, feita na manhã de ontem, quando pela primeira vez foi utilizada a grande estrutura montada para a etapa brasileira do World Championship Tour (WCT – primeira divisão do surfe mundial), na Praia da Joaquina, refletiu o estado de graça em que se encontra o duas vezes campeão do WQS (segunda divisão mundial), em 1992 e 1999, parecendo mais uma comemoração pelo fato de estar sediando a prova no “quintal de sua casa”, o catarinense nasceu para o surfe na Joaca, a qual considera o “Maracanã” do surfe brasileiro.

Teco foi um dos brasileiros precursores no circuito juntamente com o paranaense Peterson Rosa e o paraibano Fábio Gouveia. Em março passado, ele conseguiu junto à direção da Associação dos Surfistas Profissionais (ASP), uma licença para operar a etapa sul-americana do WCT.

Mas, no meio do primeiro semestre, teve muita dificuldade em encontrar parceiros para conseguir recursos necessários para realizar o evento. “Batemos em mais de 60 portas de grandes empresas, mas a maioria já não dispunha de verba de marketing neste ano. Finalmente encontramos na Schincariol o parceiro que precisávamos”, revelou Teco, que amanhã vai ter muito tempo para cuidar do circo e para ensaiar com a banda Iriê, que se apresenta na noite de hoje, no show que faz parte da programação da etapa brasileira do WCT deste ano, pois ontem ele deu adeus à etapa perdendo a última bateria da repescagem para o australiano Shane Powell.

A licença concedida pela ASP é de três anos, renovável por mais duas temporadas. Neste período, Teco promete melhorar a estrutura já bastante profissional que está sendo oferecida aos competidores, com premiação de US$ 250 mil – US$ 30 mil para o campeão.

Voltar ao topo