Não dá mais e Coritiba já está fazendo outros planos

Agora ficou difícil. Mesmo. Em seu discurso, o Coritiba ainda fala em Libertadores, mas todos sabem que essa possibilidade está apenas na matemática.

O empate de quarta com o Cruzeiro transformou as chances de vaga no torneio sul-americano em uma odisséia – seriam necessárias dez vitórias nos onze jogos que restam no campeonato brasileiro. Por isso, o técnico Antônio Lopes olha para a intertemporada como um veículo de motivação para o elenco.

Até mesmo porque o Delegado, nas entrelinhas, já admite que não dá mais. “Nosso objetivo agora, seguindo nesse pensamento de jogo a jogo, é ganhar as partidas e ver no que vai dar depois”, afirma ele. Alguns jogadores, entretanto, ainda apostam na classificação. “Se nós entrarmos em campo nessas partidas pensando em ganhar sete e perder quatro, nem adianta jogar. Temos que manter como obrigação vencer todas as partidas, e se conseguirmos isso temos chance de chegar mais longe”, comenta o goleiro Fernando.

Mas é complicado. “Nós sabemos que agora ficou difícil”, confessa o zagueiro Miranda, um dos destaques do Coritiba na quarta. Um dos mais abatidos era o companheiro de defesa Flávio, que falhou no lance do gol de empate do Cruzeiro. “Eu estou muito chateado, foi difícil para dormir. Eu não percebi o Jussiê, e acabei errando o passe. Estou muito mal, mesmo”, relata.

E a bobeada custou caro ao Coxa, que termina pela sexta vez seguida uma rodada na 11.ª posição do brasileiro – nas últimas onze rodadas, em oito o time ficou nessa colocação. “Acho que a gente está com muito azar, criando as chances e não conseguindo finalizar. A gente tinha que procurar alguma solução, nem que seja pedir uma benção aos freis capuchinhos”, diz Antônio Lopes.

Já que o Cori não tomou o rumo da Igreja das Mercês, o negócio é pensar na intertemporada. “É um momento que não vai servir apenas para agora, mas também para o restante da competição. Temos alguns ajustes a fazer, e a hora é essa. Temos condições de melhorar bastante no Brasileiro, e essa parada vai ser bem útil, não só para a partida contra o Corinthians”, afirma o Delegado, citando o próximo jogo coxa, no dia 16, em São Paulo.

Estaleiro

O meio-campista Luís Carlos Capixaba está fora dos jogos do Coritiba por vinte dias. Ele foi submetido ontem a uma artroscopia, para corrigir um problema no menisco. “Ele não estava sentindo dores, por isso decidimos, em acordo com o atleta e a comissão técnica, que ele jogaria até essa parada”, explica o chefe do departamento médico alviverde Lúcio Ernlund. A previsão é que o armador já comece as sessões de fisioterapia hoje, e que retorne aos jogos em três semanas. “É uma perda grande, mas temos que encontrar recursos no elenco que supram a ausência dele”, lamenta o técnico Antônio Lopes.

Reservas contra seleção sub-20

Aproveitando a parada no brasileiro, o Coritiba coloca seus reservas em campo no amistoso de domingo (17h) contra a seleção brasileira sub-20, na Nova Arena de Joinville. O jogo servirá para Antônio Lopes observar os jogadores – tanto que ele nem comandará o time do banco, repassando o trabalho para seu auxiliar (e filho) Antônio Lopes Júnior. A partida marca o retorno de Reginaldo Nascimento.

Ele será a principal atração da partida, mas Lopes garante que terá olhos para outros atletas, todos com pouca (ou nenhuma) participação nos jogos alviverdes no brasileiro. “É um momento bom para o Nascimento voltar, eu quero ver o Allan, o Cléber tem uma chance boa de jogar, e o Fávaro vai poder atuar o tempo todo”, explica o Delegado, que já relacionou os dezoito jogadores que vão viajar – lista que não foi divulgada para a imprensa.

Mas a base da equipe será a que treinou ontem contra os juniores, no CT da Graciosa. A formação conta com Douglas; Tesser, Allan, Reginaldo Nascimento e Lira; Cacique, Juninho, Malzoni e Cléber; Alexandre Fávaro e André Nunes. Esta equipe treina hoje pela manhã e segue no sábado para Joinville, com as despesas pagas pela prefeitura municipal.

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