Metade da seleção vôlei sentado foi vítima de acidente de trânsito

Brasília – Dos 12 atletas da seleção brasileira de vôlei sentado que disputa os Jogos Parapan-Americanos do Rio, pelo menos a metade teve parte das pernas amputada por causa de um acidente de trânsito, de acordo com a Associação Brasileira de Voleibol Paraolímpico.

Uma pesquisa da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), de agosto de 2006, revela que 25,9% das pessoas com deficiência física no país foram vítimas da violência do trânsito. As doenças aparecem como a primeira causa, com 44,5%.

O atacante da equipe brasileira Renato de Oliveira Leite, de 25 anos, é um exemplo. O jogador perdeu parte da perna direita em um acidente de moto, quando era motoboy (entregador de mercadorias). ?As pessoas com quem eu jogava bola iam me visitar e chegavam chorando. Eu falava que não era para ninguém chorar?.

Para Leite, a criação de uma faixa exclusiva para motos poderia reduzir o número de acidentes com esses veículos. ?Acho que deveria fazer uma faixa só para os motoqueiros e ter uma fiscalização mais intensa, multando quem andar fora da faixa?.

Outro integrante do time, Gilberto Lourenço da Silva, conhecido como Giba, perdeu o pé também em um acidente de moto, ao colidir com um trem. Ele diz que alguns acidentes são inevitáveis, mas é preciso ter mais políticas de segurança.

Além da questão humana, os acidentes de trânsito significam gastos para os cofres públicos. De acordo com informações do Ministério da Saúde de 2004, o atendimento e internação de vítimas de acidentes de trânsito geraram custo anual de R$ 5,3 bilhões para o Estado.

Ainda conforme o ministério, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta de R$ 38 mil a R$ 50 mil com uma vítima.  Em 50% dos casos, o motorista ou pedestre estava embriagado.

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