Mano inicia nova fase do trabalho com um duro teste

Em 10 de agosto de 2010, Mano Menezes estreou no comando da seleção brasileira com vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos. Nesta quarta-feira, exatamente um ano depois, ele começa uma segunda fase de seu trabalho, ainda não sob pressão, mas com algum desconforto. Vencer a Alemanha, a partir das 15h45 (horário de Brasília), no Mercedes Benz Arena, em Stuttgart, será importante para evitar o aumento dos questionamentos. Um amistoso que terá público total e interessado: os 54.767 colocados à venda se esgotaram há uma semana – os alemães querem ver o Brasil, mas desejam, acima de tudo, entender em que estágio encontra-se a sua seleção.

O estágio da seleção brasileira também é uma incógnita. Mano está em meio a um processo de renovação da equipe, mas os resultados até agora são pálidos. Em amistosos, o Brasil não venceu rivais de ponta – perdeu de Argentina e França, ambas por 1 a 0, e ficou no 0 a 0 com a Holanda. Na Copa América, um fracasso que ainda está fresco na memória. Uma única vitória em quatro partidas (4 a 2 no Equador) e três empates (0 a 0 com Venezuela e 2 a 2 com o Paraguai, com quem a equipe também empatou por 0 a 0 nas quartas de final e depois caiu nos pênaltis sem acertar o alvo em quatro tentativas). Sem contar que o ataque tem demonstrado incrível dificuldade de fazer gols.

Esses são aspectos que pressionam a seleção brasileira a bater a Alemanha. Mesmo porque, ainda este ano terá jogos com rivais complicados como Argentina (duas vezes), Espanha e Itália. E novo tropeço nesta quarta-feira fará crescer a desconfiança para esses encontros futuros. “Cobrança sobre técnicos é normal, e quem não souber conviver com isso não pode assumir a seleção”, diz Mano, para aparentar tranquilidade.

Nesta quarta-feira, Mano repete basicamente o time da Copa América, com Daniel Alves recuperando a posição na lateral direita e o estreante Ralf na vaga do volante Lucas Leiva, que está suspenso pela expulsão no jogo com o Paraguai. O treinador diz que hoje a seleção brasileira “tem condições de ganhar de qualquer adversário”, mas reconhece que novo tropeço diante de uma grande força pode atrapalhar. Mesmo que isso aconteça, porém, não pensa em mudanças profundas daqui para frente.