Hugo, outro cano que leva o Coritiba

O Coritiba não se emenda. Depois de parecer ter aprendido a lição de não contar com o ovo dentro da galinha, o clube foi passado para trás pela terceira vez na temporada. Depois dos anedóticos casos de Tico Mineiro e Gil Baiano, ontem a diretoria alviverde soube que seu quarto reforço não vem mais. Hugo, que fora anunciado como certo, apresentou-se ao Juventude.

Hugo, de 22 anos, foi a revelação do Friburguense no campeonato carioca, e foi emprestado ao Flamengo. Lá ele foi titular na Copa dos Campeões e no início do campeonato brasileiro, mas depois ele acabou vivendo má fase e acabou parando no banco, sendo posteriormente descartado pelos cariocas. Foi nesse vácuo que o Coritiba entrou, praticamente acertando a vinda do jogador para o Alto da Glória por um ano.

Praticamente, de novo. Assim como antes do Brasileiro, o Cori foi ludibriado por procuradores, dirigentes do Friburguense e por um jovem jogador. Ainda na sexta, o secretário Domingos Moro dizia que o acerto fora feito, mas confessava uma ponta de preocupação. “Ele ainda não assinou contrato. É o que falta”, afirmou o dirigente coxa, que apesar disso contava com a chegada dele no dia 2.

Enquanto isso, Hugo chegava a Caxias do Sul para assinar o contrato com o Juventude. “Ele é um jogador que vai nos auxiliar em um dos setores mais carentes da equipe”, afirmou o técnico Cristóvão Borges ao jornal O Pioneiro. Triste coincidência – Borges foi auxiliar de Ricardo Gomes no Coritiba, ano passado.

A diretoria alviverde garante que, desta vez a história não é tão grave. “Apenas há o desconforto de acontecer o anúncio, mas não estamos chateados”, garantiu Domingos Moro. A intenção, agora, é de aproveitar o dinheiro desse negócio para trazer dois atacantes. E quem sabe aplacar mais uma decepção.

Precedentes

A situação mais constrangedora aconteceu no já folclórico caso Tico Mineiro. Quando foi anunciada sua contratação, lembrava-se das boas passagens pelo Botafogo e pelo interior paulista. O atacante de tranças no cabelo se assemelhava a Oséas, e vinha para ser o ?matador? há tanto ansiado. A chegada dele no Aeroporto Afonso Pena era aguardada pelos dirigentes, numa tarde de terça-feira.

Pois então chegou o avião, vindo de São Paulo. E descem os passageiros, e nada de Tico Mineiro cabeludo. Eis então que surge um jogador, com pinta de jogador (mas sem tranças no cabelo) e se apresenta aos incrédulos representantes coxas: “Eu sou o Tico Mineiro”. O Coritiba contratara o Tico Mineiro errado. Rapidamente, o clube desfez o negócio e anunciou “diferenças irremediáveis” para cancelar a contratação. O problema foi que havia pessoas ligadas aos clubes rivais no aeroporto, e elas se encarregaram de contar a história do Afonso Pena.

Antes, acontecera a frustrada vinda de Gil Baiano. A notícia vazara numa sexta-feira, e marcara-se para a quarta seguinte a apresentação. No dia, Gil não apareceu, mas o seu procurador sim. Ele veio para dizer que estava tudo certo e que na volta das férias o meia se apresentaria normalmente. “É a primeira apresentação de jogador por procuração”, constatou um repórter. Havia algo errado, e dias depois descobriu-se o que era: Gil Baiano estava acertando com o Bahia.

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