Handebol tenta fazer história em Atenas

Atenas (Textual/COB) – A seleção feminina de handebol do Brasil fez ontem seu segundo treino em Atenas. Em cerca de uma hora e meia, no ginásio de Pallini, sudeste da capital grega, as atletas comandadas pelo treinador Alexandre Schneider apuraram a forma física e os fundamentos, com vistas à participação no torneio olímpico, no qual a meta é não só subir de patamar em relação a Sydney 2000, mas surpreender.

“O problema é que os brasileiros são muito apegados a medalhas. Nós ficamos em oitavo lugar em Sydney e nossa expectativa é melhorar o resultado. Claro que seria uma surpresa muito grande ficar entre os quatro”, disse Schneider. Embora preocupado em não criar uma falsa expectativa, o técnico considera que o grupo está muito bem preparado para enfrentar as adversárias mais fortes do torneio olímpico. “Queremos fazer história”.

A pivô Dani mantém o tom confiante. “Nossa meta é ficar entre as seis melhores seleções”, disse, admitindo que o que quer mesmo é uma medalha. “E quem não quer? Acho que podemos surpreender e chegar mais longe do que pensam.” Jogadora do Hypo-NO, da Áustria, Dani espera que sua experiência internacional contribua para dar maturidade à seleção contra adversárias mais tradicionais no esporte, como a Hungria, que está na chave do Brasil na primeira fase do torneio, ao lado de Grécia, China e Ucrânia.

O otimismo das jogadoras brasileiras se deve principalmente ao bom desempenho que tiveram no torneio disputado recentemente na França, no qual perderam por apenas dois gols de diferença das fortes seleções da França (atual campeã mundial), e Hungria (vice), e venceram a da Dinamarca, atual campeã olímpica. Alexandre Schneider considerou positivos os dois primeiros treinamentos da seleção em Atenas. “Nossa preocupação era o cansaço em função da viagem, mas as jogadoras estão recuperadas”, disse, sem se assustar com o calor grego. “Estivemos 15 dias na França e na Espanha, onde fazia muito calor e jogamos em ginásios sem refrigeração.”

Além de conquistar uma boa colocação, a meta de Schneider nos Jogos de Atenas é popularizar o esporte no Brasil. “É preciso fortalecer os clubes. E para isso seria importante ter um resultado expressivo aqui em Atenas, principalmente para trazer mais patrocinadores para os clubes”, afirmou o treinador. Para ele, se a maturidade demonstrada na França se repetir na Grécia os resultados poderão superar as expectativas.

O possível desnível em termos de preparação entre as oito jogadoras que atuam no exterior e as demais, em virtude das diferenças de calendário, também já não preocupa. “Realmente havia essa preocupação, já que as jogadoras que estavam no Brasil estão se preparando desde fevereiro, dentro do planejamento. As que jogam fora, não, vinham num calendário puxado, algumas há um ano e meio sem férias. Mas elas foram avaliadas no Brasil e estão bem”, disse o treinador.

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