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Futebol paranaense sofre com o complexo vira-lata

Eliminações inesperadas por todos os lados. Quando o futebol paranaense é o favorito, alguma coisa acaba dando errado. Foto: montagem com fotos de Felipe Rosa, Hugo Harada e Giuliano Gomes/PR Press
Eliminações inesperadas por todos os lados. Quando o futebol paranaense é o favorito, alguma coisa acaba dando errado. Foto: montagem com fotos de Felipe Rosa, Hugo Harada e Giuliano Gomes/PR Press

Mais uma vez o futebol paranaense deixou a desejar. Na quarta-feira, o Atlético foi eliminado da Copa do Brasil ao perder para o Grêmio nos pênaltis, depois de vencer por 1×0 no tempo normal e ter nos pés de Weverton a chance de avançar para as quartas de final da competição. No mesmo dia, o Coritiba, diante de 23 mil torcedores no Couto Pereira, perdeu por 2×1 para o Belgrano, vice-lanterna do Campeonato Argentino, pela ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Dois resultados que retomaram o complexo de cachorro vira-lata para os nossos clubes. Já não é de hoje que as equipes paranaenses acabam sofrendo em jogos decisivos e desperdiçando a chance de conquistar algo a mais. Tirando as duas séries B do Coxa, em 2007 e 2010, o último título nacional de expressão conquistado pelo Estado foi em 2001, quando o Furacão foi campeão brasileiro. De lá pra cá, em 15 anos, foram cinco vice-campeonatos, um no Brasileiro (Atlético em 2004), um da Libertadores (Atlético em 2005) e três da Copa do Brasil (Coritiba em 2011 e 2012 e o Atlético em 2013). E em quase todos os times daqui tinham uma certa vantagem.

Em 2004, o Furacão foi líder até a antepenúltima rodada do Brasileirão. Mas um empate em 3×3 com o Grêmio, que foi rebaixando naquele confronto, após estar ganhando por 3×0, e uma derrota para o Vasco em São Januário acabaram com o sonho rubro-negro. Na Copa do Brasil, o Coxa chegou a abrir 2×1 sobre o Vasco no duelo decisivo no Couto, mas acabou vencendo por 3×2 e ficando com o vice. No ano seguinte, a derrota para o Palmeiras veio com o Alviverde como favorito, assim como o Atlético em 2013, quando foi terceiro colocado no Brasileirão, mas perdeu o título da Copa do Brasil para o Flamengo, que vivia uma fase incerta internamente.

Entre outras participações existem eliminações precoces para Itagui, Tupi, Corinthians-AL, Volta Redonda, Nacional-AM, além de viradas incriveis, como a que o Coxa sofreu em 2014, quando venceu o Flamengo na ida por 3×0, mas perdeu pelo mesmo placar no Rio e foi derrotado nos pênaltis. Quando o favoritismo é dos paranaenses, parece que vira mais um adversário.

Análise: Por que nos acostumamos com as derrotas trágicas?

O Paraná Clube não foge à regra. Há nove anos na Série B, o sonho de consumo paranista nunca se concretizou. Apesar de a cada temporada apostar todas as suas fichas no acesso, o Tricolor só esteve perto de retornar à Série A de fato uma vez. Em 2013, terminou o primeiro turno no G4, com uma campanha próxima a do então campeão Palmeiras, mas no segundo turno caiu de produção e ficou a três pontos do objetivo. Sem contar eliminações histórias na Copa do Brasil, como para Jacuipense-BA e São Bernardo, recentemente.

Neste ano mesmo, após vencer Vasco e Bragantino fora de casa, o Paraná tinha tudo para chegar ao G4. Porém, empatou em casa contra Avaí e Paysandu, que não atravessavam bons momentos na ocasião, e viu o topo da tabela se distanciar, dando início à atual irregularidade.

Londrina

Nos últimos anos, o Londrina poderia ser considerado uma exceção ao futebol paranaense. De 2014 pra cá, conseguiu um título estadual e dois acessos consecutivos, da Série D para a C e da C para a B. Porém, no ano passado, sofreu com este complexo de favoritismo. Na final da Série C, contra o Vila Nova, o Alviceleste venceu por 1×0 no Café e abriu 1×0 na volta, no Serra Dourada. Podia sofrer dois gols que seria campeão, mas perdeu por 4×1 e ficou com o vice.

Agora, novamente vem tendo dificuldades em confirmar o favoritismo. Há três rodadas o Tubarão está a uma vitória de entrar no G4, mas acabou tropeçando e ficou fora, apesar de estar apenas um ponto atrás do quarto colocado.