Numa gelada

Frio se torna mais um adversário na Liga Mundial de Vôlei

Reservas dos times a todo momento ficavam próximos de aquecedores, para minimizar o frio. Foto: Albari Rosa

A fase final da Liga Mundial de Vôlei reúne as seis melhores seleções do mundo, o que faz com que os jogos sejam duros, disputados e bastante equilibrados. O que ninguém esperava era encontrar um adversário a mais nas partidas em Curitiba: o frio.

A baixa temperatura durante os duelos na Arena da Baixada geraram reclamações de alguns jogadores, principalmente por parte dos brasileiros, que não estão muito acostumados a jogar no frio.

“A gente teve alguns treinos, adaptações, que nos ajudaram bastante. Mas, particularmente, acho que o frio foi o maior causador de dificuldade”, afirmou Wallace.

Durante as partidas, a todo o momento os atletas que não estavam em quadra ficavam se aquecendo. Quando algum desafio era pedido, todo o grupo se movimentava. Alguns, recorreram aos aquecedores instalados na beira da quadra, enquanto outros tiveram que usar até bolsa térmica nas mãos.

“O pior é o frio. A toda hora colocamos roupa térmica, esquentamos as mãos. Eu estou com a bolsa térmica exatamente por causa das mãos. para um levantador ficar com as mãos geladas é a pior coisa, pois você perde a sensibilidade”, explicou levantador Bruninho.

Bruninho recorreu a bolsas térmicas e não gostou muito do horário da final. Foto: Albari Rosa
Bruninho recorreu a bolsas térmicas e não gostou muito do horário da final. Foto: Albari Rosa

“Para mim não foi tão ruim. Não é o mais confortável, mas a gente acaba se adaptando. O aquecedor ajuda bastante. Aqui no Brasil não estamos acostumados com tanto frio assim no vôlei. Mas tivemos uma estrutura que ajudou”, acrescentou o líbero Thalles.

Durante a partida do Brasil contra o Canadá, o termômetro da quadra marcava 15,8º graus, décimos abaixo do mínimo permitido para um jogo oficial. De acordo com o regulamento da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), a temperatura ambiente precisa estar acima de 16º. Abaixo disso, apenas no caso de as duas equipes concordarem em continuar jogando.

E, de fato, quem mais sentiu foram os brasileiros. No segundo jogo do primeiro dia da Liga Mundial, França e Estados Unidos entraram em quadra com temperaturas ainda piores. Tanto que os reservas também se aqueciam o tempo todo, quase colados aos aquecedores, mas sem se incomodar tanto, uma vez que estão mais acostumados.

“Não é fácil, não é a situação ideal. Lá fora está muito frio e será assim a semana toda, então temos que jogar. Para nós europeus não é tão diferente”, disse Benjamin Toniutti, capitão da seleção da França.

“No Canadá é muito frio, então não é problema para nós. Nós treinamos no inverno de lá”, afirmou John Gordon Perrin, capitão da seleção do Canadá.

Independentemente de reclamações ou não, todos os atletas terão que se adaptar ao frio, principalmente aqueles que chegarem à final, marcada para às 23h de sábado.

“Se tivermos que jogar às 23h vou estar feliz, pois vou estar na final e isso é mais importante que o frio. Mas a decisão ainda está longe. Primeiro vamos pensar na Rússia. Mas que devia ser em outro horário, devia”, concluiu Bruninho.

Brasil em quadra

Hoje, a seleção brasileira volta à quadra para encarar a Rússia, às 15h05, valendo o primeiro lugar do Grupo J1. E o foco agora já está no elogiado adversário.

“Temos que estudar bastante a Rússia. Eles tem uma seleção bem grande, com várias estrelas, então temos que focar no jogo e dar o nosso máximo”, disse Maurício Borges.