Favorito, Brasil pega Peru para defender liderança

Lima, Peru  – O Brasil tenta hoje manter a liderança isolada das eliminatórias do Mundial de 2006, em partida contra o Peru.

E também dar mais uma prova de que o País dispõe de craques em quantidade suficiente para suprir a ausência de dois dos melhores jogadores do mundo, Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho, ambos contundidos. O confronto está marcado para as 16hs (19h de Brasília) no Estádio Monumental e terá transmissão direta pela TV.

O técnico Carlos Alberto Parreira aposta na superioridade de sua equipe para conquistar a terceira vitória consecutiva no torneio – o Brasil superou a Colômbia na estréia por 2 a 1 e depois o Equador por 1 a 0. E vai ficar atento à atuação de Ronaldo. O atacante do Real Madrid até prometeu fazer um gol, deu entrevistas durante a semana demonstrando serenidade mas vive um momento conturbado e pela primeira vez assumiu publicamente que seu casamento com Milene Domingues chegou ao fim.

O que pode servir de motivação para Ronaldo é o fato de que, se marcar mais uma vez pela seleção, atingirá a marca de 50 gols pela equipe, em 79 partidas. Um número expressivo, considerando-se seu objetivo de superar o recorde de gols marcados por Pelé (95, em 104 jogos), e se tornar o maior goleador da seleção do Brasil.

Se Ronaldo conseguir superar em campo os problemas emocionais, a vitória do Brasil poderá ser alcançada com mais facilidade, uma vez que o craque terá a companhia de Rivaldo, que treinou muito bem sexta-feira em Teresópolis, e também de Kaká, cuja função é a de se aproximar da dupla, buscar tabelas e criar oportunidades de gol. O ex-meia do São Paulo, atualmente no Milan, vai substituir Ronaldinho Gaúcho. “Me sinto mais amadurecido e pronto para mais este desafio”, disse Kaká, antes da viagem para Lima.

O lateral Júnior é outro que vai entrar em campo com uma tarefa ingrata: ele atuará na vaga de Roberto Carlos, considerado por Parreira e o coordenador Zagallo como o melhor lateral-esquerdo do mundo.

O entusiasmo de Parreira com a equipe é tanta que o treinador refutou a idéia de que o time possa ser defensivo contra os peruanos. Explicou que a seleção não é um time violento, mas que atua ocupando espaços.

“Isso já é uma maneira de marcar. Nunca seremos desleais ou iremos para a briga”, frisou.

Além da disputa entre os titulares, o confronto por uma vaga no banco de reservas da seleção também está acirrada. Parreira não escondeu que será obrigado a escolher entre os meias Juninho Pernambucano, do Lyon, e Renato, do Santos, aquele que ficará a sua disposição.

Pernanbucano, que há muito conta com a simpatia de Zagallo, tem recebido vários elogios de Parreira e, por isso, conta com boa chance de ser o escolhido. “O importante é estar participando do grupo, mas se puder jogar será melhor ainda”, disse o atleta. “É lógico que todos querem estar em campo.”

ELIMINATÓRIAS DA COPA 2006
PERU X BRASIL

Peru: Erick Delgado; Jorge Soto, John Galliquio, Miguel Rebosio e Martin Hidalgo; Marko Ciurlizza, Juan Jayo, Nolberto Solano e Roberto Palácios; Andrés Mendoza e Cláudio Pizarro. Técnico: Paulo Autuori

Brasil: Dida;

Cafu, Lúcio, Roque Junior e Junior; Emerson, Gilberto Silva, kaká e Zé Roberto; Rivaldo e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira

Súmula
Local:

Estádio Monumental (Lima – Peru)
Horário: 19h (horário de Brasília)
Árbitro: Óscar Julian Ruiz (COL)
Assistentes: Daniel Wilson (COL) e Oswaldo Díaz (COL)

Autuori descarta clima de guerra

Lima

(AE) – O clima de guerra que tomou conta de Lima nos últimos dias por conta da partida contra o Brasil vai ficar restrito aos torcedores. A garantia foi dada pelo técnico da seleção peruana, o brasileiro Paulo Autuori. “De maneira nenhum os jogadores serão contagiados pelo clima de guerra. A seleção brasileifoi muito bem recebida no país e, dentro de campo, nosso time estará interessado apenas em jogar futebol”, antecipou o brasileiro.

O ambiente hostil à seleção brasileira começou a se desenhar no meio da semana, quando bruxos realizaram rituais místicos em praças públicas contra os jogadores brasileiros. Preocupada com excessos dos torcedores, a policia preparou um grandioso esquema de segurança, que contará com seis mil policiais. Destes, 1.200 trabalharão dentro do estádio.

“Entre nós não existe clima de guerra. Digo e repito que nossos jogadores não temem o Brasil, mas respeitamos a seleção campeã do mundo. Esse papo de rivalidade é coisa criada pelos torcedores que, realmente, estão confiantes numa vitória”, disse Autuori.

O brasileiro garante que seu time não vai atuar na retranca.

“A seleção peruana está assimilando uma maneira de jogar e varia muito pouco em função do adversário. Não vamos nos fechar na defesa e esperar um erro da seleção brasileira para contra-atacar. Vamos buscar a vitória. Jogaremos em casa, com o apoio de nossa torcida, e vamos lutar pela classificação para a próxima Copa do Mundo”, afirmou.

Júnior, um titular por duas partidas

Silvio Barsetti e Michel Castellar

Rio

(AE) – Não há competição na lateral-esquerda da seleção brasileira. E o titular da posição no jogo de hoje, Júnior, do Parma, sabe que tem de aproveitar ao máximo a oportunidade para continuar como referência à reserva de Roberto Carlos, do Real Madrid, afastado do grupo por contusão. A postura do baiano de Santo Antonio de Jesus é bastante destacada no grupo da seleção. Ele sabe que não há como tirar a vaga de Roberto, atualmente, senão por um imprevisto. E não esconde o conformismo com a situação.

Deferências à parte, Júnior quer repetir em Lima a atuação do jogo com a Costa Rica, pela primeira fase da Copa do Mundo de 2006, quando fez um bonito gol para o Brasil e foi eleito o melhor em campo por uma comissão da Fifa. “A prioridade é a vitória, é jogar bem. Se for possível deixar de novo a minha marca, ótimo.”

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