Estrangeiros praticamente certos no Atlético

Os meias David Ferreira, do América de Cali, e Julio dos Santos, do Cerro Porteño, estão praticamente certos com o Atlético. A diretoria não confirma, mas o colombiano deverá ser apresentar hoje ou amanhã e o paraguaio na semana que vem. Eles são as apostas para ajudar o Rubro-Negro a sair do atoleiro no Campeonato Paranaense. Já o zagueiro Adriano se integrou ontem ao CT do Caju e deverá ser apresentado hoje enquanto o também zagueiro Juninho é outro que é esperado em Curitiba.

?Eu tentei com o presidente do América, Carlo Puente, fiz várias tratativas, mas eles têm a consciência de quanto valem os jogadores deles e eles querem US$ 2 milhões pelo David Ferreira?, diz João Augusto Fleury da Rocha, presidente do Rubro-Negro. Segundo ele, esse valor inviabilizaria a negociação, já que o time colombiano não faz concessão. Algumas agências chegaram a anunciar a vinda do atleta para hoje, mas o dirigente diz que isso não é oficial. ?Se o Ferreira acha que nós vamos pagar esse valor, ele está enganado?, aponta.

Mesmo assim, a contratação do meia seria por empréstimo até o final do ano com possibilidade de compra. O mesmo vale para o paraguaio Dos Santos, que chega na semana que vem para uma parceria entre Furacão e Ciclón. O dirigente atleticano também desmente essa contratação. ?Nós temos fichas de todos os bons jogadores dos países vizinhos e qual o valor, mas, por enquanto, não tem nada de concreto?, pondera.

Já acertado, chega o zagueiro Adriano, do Atlético Mineiro. Mesmo com duas expulsões, gols contra e pênaltis cometidos pelo jogador do Galo, o clube acredita na promessa vinda de Minas Gerais. Ontem, ele realizou exames médicos e hoje deverá assinar contrato e ser apresentado no CT do Caju. Outro zagueiro que também pode vir, é Juninho, do Guarani. O bugrino chegou a dar declarações em Campinas de que estaria vindo, mas Fleury diz que não é bem assim e que também não há nada certo.

No território inimigo e sem os ?aliados?

As rusgas históricas foram deixadas de lado e as partidas do Atlético contra Figueirense e Fortaleza serão realizadas no estádio de seu maior rival. Punido pelo STJD, o Furacão terá que jogar duas vezes pelo Brasileiro fora de casa e com portões fechados. Atendendo a um pedido da comissão técnica, os dirigentes optaram pela qualidade do gramado do Couto Pereira. A diretoria do Coritiba não se opôs e colocou seu campo à disposição, pensando numa retribuição no futuro.

Assim, as partidas contra Figueirense, dia 12, e Fortaleza, dia 26, serão disputadas no Alto da Glória sem torcida e somente com a presença de funcionários do estádio, das duas delegações, do policiamento e segurança, além da imprensa. Fora isso, somente pela televisão. Essa punição foi imposta pelo tribunal devido a uma bomba atirada no gramado da Kyocera Arena na partida contra o Corinthians.

Além do Couto Pereira, o Atlético pensou no Pinheirão e no Caranguejão, descartados devido à condição do gramado, e da Arena Joinville, também deixada de lado pela distância. Restou apelar ao rival e pedir o Couto. ?O Mário Celso (Petraglia, presidente do conselho deliberativo) me ligou e perguntou se poderia ceder. O Coritiba, num ato de solidariedade ao futebol paranaense, cede o estádio porque aquele medo de se quebrar não existe?, diz Giovani Gionédis, presidente do Coritiba.

Segundo ele, as diferenças entre os clubes e os problemas da final do Campeonato Paranaense já estão superadas. ?A guerra dentro de campo é salutar. Houve um problema com os vestiários na final, mas o tribunal entendeu que o Coritiba era inocente?, aponta. Para ele, no momento, o mais importante é fortalecer o futebol paranaense e não seria bom recusar um pedido do clube da Baixada.

Por sua vez, João Augusto Fleury da Rocha, diz que o que aconteceu na final já está superado. ?Todas aquelas questões eram inerentes ao momento. Nunca esteve declarada guerra como agora não há a paz. O que existe é a rivalidade, com suas diferenças históricas, mas nem por isso precisamos entrar em litígio?, finaliza. De acordo com ele, a decisão de jogar no Alto da Glória foi puramente técnica. Para poder usar o Couto, o Atlético terá que arcar somente com as despesas normais para se abrir o estádio. O Coritiba não cobrará aluguel por essa sessão e espera, caso tenha problemas no futuro, usar a Kyocera Arena para seus jogos.

Vitória foi um pacto dos jogadores

O ótimo desempenho dos jogadores na heróica e histórica vitória do Atlético sobre o Santos pela Copa Libertadores da América foi fruto de um juramento. Segundo revelou ontem o atacante Aloísio, os atletas relacionados para a partida contra o Peixe fizeram um pacto no intervalo para passar pelo adversário e levar a vantagem no confronto da Vila Belmiro. Com os 3 a 2 sobre os paulistas, o Rubro-Negro pode empatar no jogo da volta para ir à semifinal da competição.

?Não poderíamos deixar o Santos ganhar da gente em casa. Seria um vergonha para o Atlético e juramos no vestiário que a vitória seria nossa de qualquer jeito?, revelou o atacante do Rubro-Negro. Segundo ele, mesmo com um a menos, o time sabia que tinha condição de fazer mais um gol e sair de campo com a vitória. ?Por isso corremos daquela maneira e conseguimos o terceiro gol. Mostramos que temos garra suficiente para reverter qualquer placar desfavorável?, destacou.

O resultado disso tudo foi jogadores esgotados no final da partida. Vários companheiros do atacante foram para os vestiários sentindo cãibras, mas a partir de hoje isso tudo deverá mudar. A partir das 8h30, o preparador físico Riva Carli põe os atletas para correr e vai trabalhar em dois períodos, mas uma cromoterapia à noite para deixar o grupo na ?ponta dos cascos?. Os jogadores ficarão oito dias em regime de concentração para voltarem a atuar no Campeonato Brasileiro e recuperarem os pontos perdidos.

Atlético faz ?cena? e ainda devolve máquinas avariadas

Quatro das sete máquinas que faziam manutenção dos gramados da Arena e do CT do Caju voltaram ontem às mãos do antigo proprietário. Cumprindo ordem do juiz da 21.ª Vara Cível do Paraná, o Atlético teve que devolver o equipamento ao técnico em gramados esportivos Ildo Padilha. Todo o material, em disputa desde 1998, é avaliado em R$ 320 mil.

Segundo Ildo, o Atlético criou entraves, solicitou a presença do juiz e condicionou a devolução das máquinas à saída de alguns repórteres que estavam na Arena. O assessor de imprensa do clube, Toni Casagrande, disse que o Atlético exigiu somente que o oficial de Justiça cumprisse seu papel sem interferência de terceiros.

O especialista reclama que duas das máquinas não foram localizadas e uma terceira teria sido alugada a um clube de golfe. ?Das quatro que me repassaram, três não estavam em perfeitas condições. Uma destas tinha o motor fundido?, contestou. Padilha afirma que as máquinas passarão por perícia para que seja calculada uma indenização – ele também pede cerca de R$ 15 mil mensais pelo período em que o equipamento permaneceu em poder do Atlético, num montante que ultrapassa R$ 1 milhão.

O advogado atleticano, Marcus Malucelli, afirma que o clube não tem conhecimento desta ação indenizatória. ?Mas em outro processo, Padilha perdeu. A Justiça entendeu que a empresa dele (Agropar) não tinha condições técnicas de concluir o gramado da Arena?, disse Malucelli, referindo-se à ação por quebra de contrato proposta pelo especialista. Padilha foi contratado pelo Atlético em 1998 para plantar o gramado inaugural da Arena, mas entrou em atrito com o clube e o acordo foi desfeito. O técnico acusa o clube de tê-lo passado para trás.

Quanto à restituição das máquinas, Malucelli disse que ainda irá examinar o processo. ?Se concluirmos que a ação não tem procedência, as solicitaremos de volta?, disse. O advogado afirma que o Departamento de Patrimônio do clube irá pesquisar o paradeiro das máquinas que ainda não foram entregues ao reclamante.

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