Equilíbrio marca o primeiro clássico do paranaense

Coritiba e Paraná Clube fazem hoje o primeiro grande duelo do paranaense 2006. Após três rodadas, os clubes chegam ao clássico às 19h, no Couto Pereira em, absoluta igualdade de condições.

Seja pelos números obtidos na classificação ou pela visível fase de ajustes por que passam os times de Márcio Araújo e Luiz Carlos Barbieri, o  jogo pode não representar muito em termos de futuro na competição, mas quem levar a pior já terá contra si o amargo gosto da incerteza.

O Coritiba já viveu na pele essa situação. Rebaixado no brasileiro, houve quem questionasse o trabalho do técnico Márcio Araújo e já se falava em crise interna. As nuvens negras só se dissiparam a partir da vitória sobre o Paranavaí, fora de casa. Já o Paraná chegou ao estadual como um dos favoritos ao título. Mas o tricolor teve uma sensível queda de rendimento. Venceu na estréia (Roma), mas na seqüência perdeu no interior (Londrina) e não passou de um empate (União), em casa, na última rodada.

Um clássico que certamente só terá repercussão local, diante da infeliz idéia da Federação Paranaense – apoiada pelos clubes – de só permitir imagens ao nível do gramado. A retaliação pelo fato de nenhuma emissora ter se interessado pela competição foi um tiro que saiu pela culatra. Desde então, nem mesmo os gols do campeonato são exibidos em rede nacional.

É nesse clima que os dois clubes se encontram hoje, pressionados a vencer para evitar uma crise e para mostrar às suas torcidas que é possível acreditar. Um quadro interessante diante da fragilidade da competição. Resta saber se o apelo do Paratiba e o horário, que visa atrair aqueles que foram passar o fim de semana no litoral, será suficiente para atrair coxas e paranistas ao estádio.

Para o Coxa, clássico serve para mostrar força

Cahuê Miranda

  Valquir Aureliano / GPP

O goleiro Arthur é um dos estreantes
do Coritiba no clássico.

Provar, definitivamente, que está na briga pelo título. Esse é o desafio do Coritiba no clássico contra o Paraná Clube.

Aliviado após a vitória diante do Paranavaí, na última quinta-feira, o Coxa entra hoje no campo do Couto Pereira tentando conquistar de vez a confiança da torcida e deixar para trás a crise que ronda o Alto da Glória desde o ano passado.

Assim, o Coxa vai motivado para cima do tricolor. ?O clássico é um jogo diferente, são sempre jogos muito iguais, ainda mais em começo de temporada. Mas jogando em casa nós temos que vencer?, diz o goleiro Arthur.

Passadas três semanas desde o início dos trabalhos para a temporada, o grupo coxa-branca acredita que aos poucos vai encontrando o entrosamento ideal. ?Agora, com um período maior de treinamento, nós estamos conseguindo realizar mais as jogadas. O pessoal também está melhor fisicamente e isso facilita um pouco mais. Mas o mais importante é a atitude dentro de campo. É entrar determinado para conseguir a vitória?, avalia o camisa 1 alviverde.

Para isso, o técnico Márcio Araújo aposta na mesma equipe que conquistou no meio da semana a primeira vitória alviverde em 2006. As estréias de Índio, Márcio Egídio, Jackson e Ludemar deram ao Cori uma nova cara, com mais força na defesa e criatividade no meio-campo. Além disso, o time recuperou no interior do Estado o ?espírito guerreiro? tão cobrado pelo treinador.

A única alteração poderia ser a entrada do volante Peruíbe, que ficou fora da partida de quinta por contusão. Mas o jogador ainda sente a torção no tornozelo e continua sobre os cuidados do departamento médico. Assim, Rodrigo Mancha, que teve uma atuação bastante elogiada no noroeste do Estado, segue como titular.

Mancha, que é volante de origem, deve novamente fazer a função de terceiro zagueiro. Márcio Egídio segue fazendo a proteção à zaga, liberando os alas Wilton Goiano e Ricardinho para apoiar o ataque, mais uma vez formado por Eanes e Ludemar. No meio, além de Jackson, a atração é Guaru, autor dos dois gols da vitória sobre o Paranavaí.

A novidade deve ser o atacante Jefferson. Anunciado na sexta-feira como o 13.º reforço alviverde para a temporada, o centroavante, de 29 anos, deve ficar no banco de reservas e pode ter a oportunidade de fazer sua estréia com a camisa alviverde.

Paraná luta contra o tabu no Couto Pereira

Irapitan Costa

  Orlando Kissner / GPP

Emerson se recuperou e está escalado
na defesa do Paraná.

O Paraná Clube entra em campo disposto a ?dar um bico? num incômodo tabu.

Há quase dez anos, o tricolor não consegue superar o rival jogando no Couto Pereira. Esse é o pano de fundo para o clássico desta noite, onde o time de Luiz Carlos Barbieri busca a afirmação para seguir com o sonho de recuperar a hegemonia do Estado. Por isso, o técnico muda o esquema de jogo, reforça a zaga com Émerson e busca um time criativo, mesmo tendo apenas um atacante especialista.

Na teoria, o Paraná jogará num 3-6-1. Sandro e Maicosuel, que mostraram um bom entrosamento na rodada passada, terão a missão de ?alimentar? Leonardo. Essa estratégia, na essência, fará o tricolor, quando em posse de bola, variar para o 3-4-3, diante das características ofensivas da dupla de meias. É uma tática utilizada muitas vezes pelo clube, ?disfarçada? de 3-5-2. Vale a máxima de que os números pouco importam e que o decisivo é o correto preenchimento dos espaços.

Algo que fazia muito bem aquele time de 1996, comandado por Antônio Lopes. Desacreditado no início da competição, quando correu riscos de não se classificar para as fases finais , o tricolor decolou para a conquista do tetracampeonato com uma vitória (1×0), num Couto Pereira lotado, em 28 de julho. O gol foi de Ricardinho, aos 43 do segundo tempo. Foi a última vitória do Tricolor em ?terreno inimigo?. Desde então, foram quatro empates e doze derrotas.

Para Barbieri, vale pelo folclore, mas não interfere na partida de hoje. ?Tabu existe para ser quebrado?, afirmou. O técnico não vê favorito para este clássico, diante das situações similares dos times. ?Estamos buscando remontar o Paraná da melhor forma possível?, justificou após o tropeço frente ao União. Apesar da tranqüilidade, nervoso mesmo ele só ficou com as chances perdidas na última partida. Barbieri sabe que, num clássico, o condicionamento e o pouco tempo de treino ficam à margem do processo.

Por isso, armou um time coeso, a partir da volta de Émerson (recuperado das dores musculares que o tiraram do jogo de quinta), mas ofensivamente capaz de pressionar o adversário. E, obrigatoriamente, com a pontaria ajustada. Ao invés de um treino leve, como ocorre nos dias que antecedem os jogos, o treinador comandou um tático-coletivo, quase uma simulação de jogo, onde exigiu muita ?pegada? da marcação. Teoria que será colocada à prova esta noite.

CAMPEONATO PARANAENSE
CORITIBA x PARANÁ CLUBE

CORITIBA: Arthur; Rodrigo Mancha, Anderson e Índio; Wilton Goiano, Márcio Egídio, Jackson, Guaru e Ricardinho; Ludemar e Eanes. Técnico: Márcio Araújo

PARANÁ CLUBE: Flávio; Neguete, Émerson e João Paulo; Parral, Rafael Muçamba, Beto, Maicosuel e Rodrigo Alvim; Sandro e Leonardo. Técnico: Luiz Carlos Barbieri

SÚMULA
Local: Couto Pereira
Horário: 19h
Árbitro: Antônio Denival de Moraes
Assistentes: Roberto Braatz e Éverson Veneton Teixeira

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