Edinho é o técnico. Já se apresentou

O técnico Edinho chegou ontem e já comanda o Atlético na partida contra o América de Cali pela Copa Libertadores da América, às 21h15 de amanhã, na Kyocera Arena. O substituto de Casemiro Mior não quer esperar para assumir a equipe e já aceita o risco de ficar à frente do Rubro-Negro em duas partidas decisivas no espaço de quatro dias, já que no domingo ele tem pela frente o Atletiba final do campeonato paranaense. Além dele, a direção do clube também acertou a contratação do atacante Caetano, que estava no Roma.

Depois da experiência com Casemiro Mior não ter dado certo, o clube correu atrás de Edinho, que foi considerado em outras oportunidades e só agora deu certo. Assim, o competente Lio Evaristo continua sendo apenas auxiliar técnico e não dirigirá a equipe amanhã. "Não foi nada precipitado essa contratação. Nós já tivemos interesse no Edinho em outras ocasições e nunca deu certo. Dessa vez, coincidiu que ele saiu do Brasiliense e nós precisávamos e ele está aí", explicou Alberto Maculan, diretor de futebol do Furacão.

Sem contrato definido, já que as partes acertaram tudo apenas verbalmente, Edinho chega com a missão de ajeitar a casa. "Eu estou chegando agora, mas quem vai ao campo são os jogadores, que têm o conhecimento de seus adversários", apontou. Ontem mesmo, já acompanhou os trabalhos no CT do Caju sob o comando de Lio, mas hoje ele arregaça as mangas e dirige a equipe contra o América. "Amanhã (hoje), eu já comando um treinamento. A gente decidiu isso há pouco tempo, já que é muito importante para o Atlético esta semana e, como a equipe já tem um treinador, por que não ele estar no banco?", destacou.

Apesar da situação inusitada de assumir um time às vésperas de jogo importante pela Libertadores e da final do Estadual, ele diz estar preparado para as cobranças. "Não é a primeira vez que acontece comigo e espero que seja a última, mas a gente sabe que isso é comum no futebol. A gente sabe que tudo depende de resultado e, dependendo dos resultados, já vão me analisar e eu estou me expondo também porque poderia comodamente ficar de fora dessas partidas", pondera.

Com a presença de Edinho, serão quatro o número de treinadores à frente do Rubro-Negro apenas este ano. Além de Casemiro Mior (16 jogos), a equipe foi dirigida também por Lio Evaristo (5 jogos) e Beto Medice (1 jogo). O clube também apresentou o atacante Caetano, de apenas 20 anos e já bastante rodado. Ele começou no São Paulo, passou por Corinthians, Cruzeiro, Santos e estava no Roma. No Rubro-Negro, ele assinou por 2 anos.

Jogador de sucesso. Técnico tentando um lugar

Vitorioso como jogador -chegou a disputar três Copas do Mundo – Edinho Nazareth ainda tenta adquirir o mesmo respeito como técnico. Apesar dos quase 15 anos de carreira, o novo comandante rubro-negro não ostenta títulos de primeira linha em seu currículo.

Pelo Fluminense – clube que o revelou -, conquistou duas vezes a Taça Guanabara (em 1991 e 93). Neste último ano, ele e o ex-goleiro Ricardo Pinto foram crucificados pela torcida após a derrota para o Vasco, na decisão do estadual, e acabaram demitidos.

Fracasso maior ocorreu no Flamengo, em 1995. Mesmo comandando o "melhor ataque do mundo" (Sávio, Romário e Edmundo), Edinho teve fraco retrospecto e deixou o time da Gávea, que completava 100 anos, perto da zona de rebaixamento do Brasileirão. O cronista esportivo Washington Rodrigues assumiu o cargo e fez o time crescer – chegou à decisão da extinta Supercopa dos Campeões da Libertadores.

No ano seguinte, Edinho levou o Vitória ao título baiano. Ele voltaria a dirigir o Rubro-Negro de Salvador em 2003, mas ficou pouco tempo. Logo depois assumiria o Bahia, sem conseguir tirar a equipe da zona de descenso do brasileiro -mais tarde, o Tricolor cairia para a Série B com Lula Pereira.

Edinho só daria nova volta olímpica em 2002, quando ganhou o campeonato goiano e a Copa Centro-Oeste pelo Goiás. Mas período de baixa no mercado nacional só terminou no ano passado, quando levantou a taça da Série B no comando do Brasiliense. Ele assumiu o time montado por Mauro Fernandes durante o torneio e chegou ao título com os atleticanos Durval e Fabrício como titulares.

No último dia 14 de março, Edinho pediu demissão após desentender-se com o presidente do Brasiliense, o ex-senador Luiz Estêvão. O técnico alegou que Estêvão, sem seu conhecimento, apresentou aos jogadores o teipe de uma partida recente para apontar as falhas da equipe.

Time vai voltar ao 4-4-2

O técnico Edinho chegou ao Atlético e a primeira medida tomada foi a mudança do esquema tático: sai o 3-5-2 e entra o 4-4-2. Os trabalhos de ontem foram comandados ainda pelo auxiliar Lio Evaristo, mas já com a nova ordem estabelecida. Assim, Danilo, Marín e Dênis Marques deixam a equipe para a entrada de Baloy, Cocito e Maciel. Hoje, o treinador comanda pela primeira vez o elenco no último treino antes da partida contra o América de Cali, às 21h15 de amanhã, na Kyocera Arena, pela Copa Libertadores.

No trabalho de ontem, vedado à presença da imprensa, Lio colocou a equipe para atuar com duas linhas de quatro. Existe a possibilidade também de Fabrício ser deslocado para a esquerda e fazer a ala, com Marcão voltando para a zaga, mas esta deve ser apenas uma alternativa e não a regra. Dessa forma, o provável time para pegar os colombianos deverá ter Diego; Jancarlos, Baloy, Durval e Marcão; Cocito, Alan Bahia, Fabrício e Fernandinho; Maciel e Aloísio.

A preocupação na equipe, no entanto, é com o aproveitamento de Maciel. O jogador está sentindo dores musculares e poderá ficar de fora do confronto. "Estou com dores musculares, o médico me disse que são glândulas que eu tenho nas coxas, um tipo de íngua, e dói quando eu corro", revelou o atacante. Esse problema aconteceu no Atletiba de domingo e prejudicou o desempenho de Maciel, mas ele acredita que possa atuar diante do América.

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