Clássico

Domingo de Páscoa com Atletiba decisivo

Hoje, Atlético e Coritiba fazem o clássico número 346, às 16h, na Arena da Baixada. Trata-se de um duelo especial, que põe em jogo recorde, invencibilidade e quebra de jejum.

Mas dentre todos os ingredientes do confronto, dois são os que mais chamam a atenção. O caminho que Furacão e Coxa escolheram para chegar ao gol neste campeonato é totalmente inversa. Enquanto os atleticanos têm na bola parada a grande arma, o Alviverde é fiel à bola trabalhada.

O Atlético já marcou 55 gols na temporada, com 47,2% deles saindo de cobranças de falta, escanteios ou pênaltis. Já o Coritiba marcou 89% dos seus 69 gols com a bola no chão.

Outra diferença entre os dois times é a eficiência da defesa, com o Coritiba sofrendo quase metade dos gols que o Atlético tomou até aqui. São 19 a 32. Diante destes números, a previsão é que o Atletiba terá um duelo à parte entre Paulo Baier, o rei da bola parada, e Edson Bastos, goleiro que tem média de 0,79 gol por partida.

O capitão rubro-negro, que no meio da semana fez a festa em cima do goleiro Omar, do Bahia, com dois gols marcados e assistências para outros dois – todos em lances de bola parada -, sabe que agora o confronto será diferente.

Nos cinco Atletibas que já disputou, Baier está em jejum, sem nunca ter marcado um gol. No confronto direto com Bastos, está 4 x 0 para o goleiro alviverde. Apenas em sua estreia, no clássico em 2009, o camisa 10 não enfrentou Bastos na meta alviverde.

“O Edson Bastos me conhece há muito tempo. Também o conheço e vai ser um duelo bacana. Tomara que eu possa caprichar e de repente fazer esse golzinho”, disse o otimista Baier.

Do outro lado, o arqueiro alviverde sabe que se não tomar gol sai da Baixada campeão. “A nossa equipe joga para frente e às vezes fica exposto ali atrás e o objetivo é não tomar gol, mas tenho certeza que se nós entrarmos equilibrados e concentrados possamos sair campeões e espero que esse ponto venha”, apontou.

Os dois são experientes em clássicos, mas Bastos tem a tarefa de passar aos novatos como é jogar na Arena. “A gente procura passar tranquilidade aos mais jovens, principalmente àqueles que não tiveram a oportunidade de jogar na casa do rival. O importante é deixar eles à vontade para que possam fazer um bom jogo”, destacou.

Se os alviverdes seguirem o conselho do camisa 1, o Coxa pode sair de campo com o troféu. Caso contrário, é o Furacão quem se mantém vivo na competição e volta a vencer um Atletiba após três anos.

Quarteto no meio-campo passa confiança

O Atlético teve uma de suas melhores apresentações quarta-feira, contra o Bahia. Hoje, os jogadores querem repetir a dose no Atletiba. Com dois volantes e dois meio-campostas, o técnico Adilson Batista conseguiu dar uma movimentação maior ao Furacão e a mudança agradou aos jogadores.

Mesmo sem revelar o time, para aumentar ainda mais o mistério sobre a escalação, o treinador deve fazer uma única alteração para o Atletiba. Wagner Diniz volta para substituir Rômulo, que foi bem na estreia contra o Bahia, mas que não está inscrito para o Campeonato Paranaense. Sem muitas invenções, o Atlético deve começar com Deivid e Robston como volantes e Branquinho e Paulo Baier na meia-cancha.

O quarteto agrada a quem experimentou a mudança na quarta-feira. “Neste jogo, a gente teve várias opções, criamos várias oportunidades. O Deivid e o Robston deram uma sustentação boa e, logicamente, facilita um pouco mais para a gente chegar”, avaliou Paulo Baier.

O volante Robston, que teve apenas um companheiro de posição, também gostou das mudanças e credita parte do sucesso de quarta-feira à dupla Branquinho e Paulo Baier.Questionado sobre qual formação prefere, ele deixa para o “professor” decidir o que é melhor.

“Eu não tenho sistema preferido. Meu sistema é estar entre os 11. Mas temos dois meias que são fundamentais para a criação de jogadas, e tanto eu como o Deivid tentamos dar suporte à zaga. O Branquinho, o Paulo e os dois atacantes estão fazendo um papel muito importante de ajudar a gente no meio-campo. Se você tiver esses dois caras que ajudam, o sistema com dois ou três volantes, com todo mundo ajudando a marcar, no tem problema nenhum”, disse.

Coxa prega segurança defensiva na Arena

Se o forte do Atlético é a bola parada, não será por omissão que o Coritiba irá ser surpreendido no clássico de hoje. O Alviverde passou a semana dando uma atenção especial às jogadas, que são especialidade de Paulo Baier.

“Quando se tem um batedor da qualidade do Paulo Baier, sempre vai ter esse tipo de situação. Levei gols com o Paraná Clube lá na Arena, no ano passado, numa situação previsível que foi treinada, mas pela qualidade do Paulo eles conseguiram fazer”, analisa o técnico Marcelo Oliveira.

Este ano, no primeiro turno, a bola parada aliada ao jogo aéreo também vazou a defesa alviverde em dois momentos. “No último jogo (Atletiba do 1.º turno) também levamos dois gols de cabeça, um de bola parada e um de bola rolando. É uma situação que define jogo. Então, precisa não só ser bem executada pelos nossos jogadores e também se prevenir para se defender bem”, avalia o treinador.

Daquela vez, Nieto marcou dois, mas para festa da galera coxa, o time marcou quatro vezes e liquidou o clássico. Agora, além dos cabeceios e da bola parada, Marcelo também trabalha a cabeça do elenco. A ansiedade precisa ser controlada, na visão do treinador do Coritiba.

“Todo jogo vamos ter uma ansiedade e ela precisa ser no limite. A partir do momento em que a bola rola, a gente passa a eliminá-la e procurar jogar sabendo que podemos definir o campeonato”, avisa.

Para ele, essa é uma arma alviverde. “O único time que pode ser campeão é o Coritiba. Quando começar o jogo estaremos sendo campeões, e se não levarmos gol também. Temos que ter essa segurança”, destaca.

Na formação, nada de mistérios. O atacante Marcos Aurélio vai para o jogo, assim como o meio-campo Davi. Assim, o único fora da formação considerada titular é o lateral-esquerdo Eltinho, que continua em recuperação física. O volante Leandro Donizete, que cumpriu suspensão automática, retorna normalmente ao time.