Didi chega para reforçar o ataque tricolor

O centroavante Didi chegou a Curitiba ontem à noite e é o novo reforço para o ataque do Paraná Clube. Antes de assinar contrato, passa pelos exames médicos de rotina, mas como estava em ação no futebol mexicano, precisará pouco tempo para se colocar à disposição da comissão técnica. Com propostas de Grêmio e Botafogo, o atacante acabou optando pelo Tricolor, com quem vinha mantendo entendimentos há algumas semanas.

Quando voltou ao Brasil, esteve perto de acerto com o Bahia – por quem atuou no ano passado. Sebastião Pereira do Nascimento é potiguar de Parelhas, 28 anos, já defendeu vários clubes do Brasil e do exterior. Começou no Nacional-PB e passou por União São João, Comercial-SP e Sport, antes de se transferir para o Corinthians. Depois, esteve na Portuguesa e de lá foi para a Alemanha (Stuttgart). Jogou ainda na Suíça e na Coréia do Sul e por aqui esteve no Juventude, Joinville e Bahia.

Além do atacante, o Paraná segue à busca de zagueiros. É um pedido de Kleina, preocupado com as carências para a posição. Com Gélson Baresi recuperando-se de artroscopia, o treinador decidiu apostar em João Paulo. O garoto deu resposta positiva, mas há falta de “material de reposição”. Como a política é “erro zero” a partir desse momento, a busca é por atletas de qualidade indiscutível.

Goleada devolve união ao Paraná Clube

Três pontos e quanta diferença! Por mais que o Paraná Clube não tenha “fugido” da zona de rebaixamento, o fim do jejum de vitórias – que se arrastava por seis “longas” rodadas – foi suficiente para mudar o astral do grupo. Há tempos não se via um clima tão “leve” na Vila Capanema. A goleada sobre o Vitória e a atitude da equipe deram novo ânimo aos jogadores, que vinham carregando um pesado fardo neste campeonato brasileiro. “Não é fácil ouvir a todo momento que somos um timinho, que aqui ninguém tem vergonha na cara”, disse o meia Cristian, resumindo um pensamento coletivo.

Mesmo quando iniciou a competição com resultados expressivos, o tricolor sempre foi apontado, pela mídia nacional, como um dos favoritos ao rebaixamento. A trajetória tortuosa só veio a confirmar os prognósticos, aumentando a tensão entre jogadores e comissão técnica. A “explosão” de alguns jogadores logo após o jogo, “dando de dedo” no goleiro Juninho, do Vitória, foi só a primeira reação de um grupo magoado e que conseguiu superar suas limitações para voltar a vencer. Foi, com certeza, a melhor atuação do Paraná no brasileiro, o que dá novo alento ao grupo.

Declarações de Juninho – afirmando que iriam enfrentar um time fraco e que o Vitória não precisaria dos titulares para vencer – foram usadas para dar um “empurrãozinho” no time. Além disso, o fim das divergências entre jogadores do clube e da parceria também deu nova feição à equipe. “Fomos um grupo e o exemplo disso é o Goiano, que mesmo acertando sua transferência para o exterior colocou-se à disposição da comissão técnica e fez um grande jogo”, exemplificou o zagueiro Fernando Lombardi, um dos líderes da “reação paranista”.

Pela primeira vez, a palavra “mobilização” foi realmente levada a sério. Fatos isolados comprovam o novo momento do grupo. Edinho, injustamente expulso no final do primeiro tempo, deixou o gramado chorando. Jogadores substituídos por lesão ficaram até o fim do jogo no banco de reservas, apoiando os companheiros. E, a cada gol, a comemoração era coletiva, junto ao banco, com a união de atletas e integrantes da comissão técnica. “O time teve espírito de luta e isso foi decisivo. Agora, é seguir neste mesmo ritmo para os jogos seguintes”, comentou o meia Fernando, que comandou o meio-de-campo com muita eficiência, marcando e fazendo assistências. Agora, o Tricolor parte para novo desafio: superar seus traumas fora de casa, onde ainda não venceu neste campeonato.

Até o psicólogo voltou no pacto pela “virada”

Um dia atípico, com uma preparação “tumultuada”. Poucos apostariam num resultado positivo após tantos problemas vividos pelo Paraná Clube faltando pouco mais de 24 horas de um jogo decisivo, entre terça e quarta-feira. O desentendimento entre dirigentes e empresários da parceria quase levaram o clube a ficar sem os jogadores vinculados ao Iraty. Entre eles, Edinho e Galvão, que viriam a ser titulares após a “roupa suja” ser lavada.

Após se acertar com Sérgio Malucelli – que ficara ofendido com a dispensa de quatro jogadores seus sem um comunicado prévio – a diretoria reuniu o grupo para pôr fim a divergências entre atletas do clube e da parceria. “Naquele momento, tive a certeza de que faríamos um grande jogo. Até jogadores normalmente quietos expuseram suas dificuldades e a partir daí formou-se um pacto pelo bem do Paraná”, comentou o vice de futebol José Domingos.

O dirigente afirmou que depois da “tempestade”, a vitória por 4 x1 foi só um indício de que o clube passa a viver um período de “bonança”. O técnico Gilson Kleina, seguidamente hostilizado pela diretoria, teve que acertar o time com muita habilidade, sem fazer um treino tático sequer com a nova formação. Não é exagero dizer que Etto e Maranhão “se conheceram no vestiário”. O lateral-direito voltou ao clube na segunda-feira e fez somente um trabalho com o grupo – mesmo assim, um treino técnico, de cruzamentos e finalizações. Só que ele e Maranhão foram peças-chave para a vitória, dando consistência ao lado direito da equipe.

Além do trabalho da comissão técnica, o Paraná também voltou a contar com o psicólogo Gilberto Gaertner. À margem do processo desde a saída de Paulo Campos, ele foi chamado pela diretoria, preocupada com todo o “tumulto” vivido pelo clube num momento delicado. Na manhã do jogo, ele retomou as palestras com os atletas. “Todo ponto ajudou nessa virada. Demos o primeiro passo, mas precisamos seguir na caminhada, pois temos um caminho árduo pela frente”, finalizou o presidente José Carlos de Miranda.

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