Derrota coloca o Paraná em alerta vermelho

A derrota por 1 a 0 para o Rio Branco, ontem à tarde, em Paranaguá, deixou o Paraná Clube em uma situação extremamente delicada. Sem chances de ir para a 2ª fase, pois só tem seis pontos somados, o Tricolor passa a ter a obrigação de vencer na última rodada, no próximo sábado, às 16 horas, para fugir do rebaixamento. Para complicar a situação, o confronto será contra a Portuguesa Londrinense que, com quatro pontos, também precisa vencer para evitar o descenso. O jogo será no Pinheirão e mais do que nunca o Tricolor vai precisar do apoio do sofrido torcedor. Se porventura não vencer, o time da Vila terá de ficar de olho em outro jogo da derradeira rodada. Cascavel, com cinco pontos, e União, com seis, fazem o outro jogo dos desesperados.

Não bastasse a complicada questão da matemática, a equipe perdeu ontem ninguém menos que Ageu, capitão e homem de equilíbrio da defesa paranista. Em um lance no primeiro tempo do jogo, ele acabou machucando o ombro. Um exame mais detalhado mostrou lesão de ligamento, o que deve tirá-lo do time por pelo menos três semanas. “É uma pena eu sair nesse momento, mas isso não pode abater a equipe. Colocamos o Paraná nessa situação e teremos que tirá-lo. Estamos envergonhados e vencer na última rodada é questão de honra”, disse o jogador, único a falar após a abertura dos vestiários.

O técnico Caio Júnior, que se mantém no comando do clube apesar da campanha pífia, acredita que a briga só acaba no sábado. “Vamos lutar até o fim”, prometeu. Para o treinador, o que está acontecendo com a equipe serve de alerta para o Brasileirão. “Nós assumimos um planejamento, de revelar jogadores, que mostrou que precisa de alguns ajustes, de algumas peças mais experientes para mesclar. Mas o que esses garotos estão passando, está servindo para amadurecê-los ainda mais rápido”, disse Caio. Além de Willian, Fernando Lombardi e Waldir, que já vêm jogando há algum tempo, o treinador lançou ontem o meia-esquerda Éverton, que cumpriu o papel de ala esquerda e foi o grande destaque ofensivo da equipe no primeiro tempo, especialmente enquanto Ageu fazia a cobertura defensiva do setor esquerdo. “É mais uma realidade. Mas isso não mascara nossos problemas. Temos muito trabalho pela frente. O primeiro será preparar a equipe para vencer no sábado”, concluiu o treinador.

Além de Ageu, a equipe não poderá contar com Goiano, suspenso, no jogo contra a Portuguesa Londrinense. Em contrapartida, o lateral-esquerdo Fabinho e o centroavante Flávio ficam à disposição após ter cumprido suspensão na rodada de ontem.

Ataque falha de novo e Leão faz a festa

Quem não faz, leva. A velha máxima do futebol coube como uma luva para definir a derrota do Paraná Clube, por 1 a 0, para o Rio Branco, ontem à tarde, em Paranaguá. Após mandar no jogo durante o primeiro tempo e perder um pênalti no início da segunda etapa, o Tricolor sofreu um castigo aos 24 minutos da etapa final, quando o time da Estradinha marcou o único gol do jogo. Com o resultado, o Paraná passou de possível classificado a candidato ao rebaixamento. Já o Rio Branco não só se livrou do descenso como passa a sonhar com uma vaga nas quartas-de-final.

Apesar de as duas equipes necessitarem de uma vitória para continuar sonhando com a classificação, foi o Paraná que tomou a iniciativa na primeira etapa. O meia-esquerda Éverton, improvisado na ala esquerda, aproveitava-se da segurança dada por Ageu na zaga e partia com volúpia para o ataque. Com Waldir encostado do setor esquerdo, a principais chances do Tricolor eram pela esquerda. No entanto, desde o início do jogo ficou flagrante que o grande problema do Paraná no campeonato – as falhas na finalização – mais uma vez complicariam a situação da equipe. Ontem, para complicar a situação, a equipe não contava com a referência do centroavante Flávio, cabendo a Dauri, mais acostumado a jogar na ligação com o meio, cumprir a função. Já Waldir, que e transitava de um lado ao outro do campo, sofria com a marcação excessiva, propalada pelo técnico do Rio Branco, Nedo Xavier, antes do início do jogo. O domínio do Tricolor era tamanho que a primeira boa chance do Rio Branco veio apenas aso 31 minutos, em um chute de Ratinho, justamente quando Ageu já deixara o gramado, contundido.

No intervalo, o técnico Caio Júnior apontou a ansiedade como grande empecilho da vitória paranista. “O time está ansioso. Vamos conversar no intervalo para que haja mais calma na conclusão das jogadas”, disse.

Aparentemente, o recado foi útil. Logo no primeiro minuto, o Tricolor fez boa jogada e Marquinhos recebeu na área. Romeu não perdoou e fez a falta, dando chance ao Paraná abrir o marcador. Mas na cobrança, a maldição das finalizações caiu sobre Maquinhos, que carimbou a trave esquerda de Rodrigo.

O revés foi um balde de água fria nas pretensões do Paraná, que não escondia o abatimento. Aproveitando-se do momento delicado do adversário e com mais espaço para abrir o jogo – Lau e Goiano foram expulsos – o Rio Branco equilibrou o jogo e começou a levar perigo à área Tricolor. Com tanta insistência, o time parnanguara acabou fazendo a lição de casa. Rogério Araxá recebeu um pouco além da linha de meio e chutou firme, mandando a bola no ângulo direito do goleiro Darci. Com o baque, nem mesmo o fôlego novo dos atacantes Dennys e Edvaldo foram suficientes para reverter o marcador.

Quando o árbitro Francisco Carlos Vieira decretou o final do jogo, os jogadores do Rio Branco comemoraram junto a torcida como se a equipe houvesse conquistado um título. Já o Paraná deixou o gramado combalido, sob gritos de “segunda divisão”. “Agora ficou complicado. O negócio é não deixar a equipe cair”, resumiu o atacante Edvaldo.

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