?Vocês me perdoem, mas às vezes não dá para agüentar.? O técnico Cuca evita, sempre que possível, falar sobre arbitragem, mas após a derrota para o Goiás ele não conseguiu se controlar. Se os lances são duvidosos (alguns garantem que houve pênalti, outros não), o treinador não escondeu a irritação. Até porque, para o treinador coxa, o principal problema da equipe no Serra Dourada teve a influência do trabalho de Carlos Eugênio Simon – mesmo que este não tenha chutado uma bola no gol de Harlei.
Para Cuca, o mau rendimento ofensivo do Cori em Goiânia é, em parte, fruto da irritação dos jogadores. ?Na hora que o juiz não marca uma penalidade, e foram duas no jogo, fica complicado para todo mundo. Até o jogador sente, porque ele vê que toda a luta, todo o trabalho da semana, fica para trás por causa de uma falha?, reclamou o técnico alviverde. ?E olha que eu digo isto do árbitro que, na minha opinião, é o melhor do Brasil?, ressalvou, elogiando Carlos Simon.
Apesar de dizer que seria pior para o Coxa se os jogadores não criassem oportunidades, é certo que Cuca ficou preocupado com o não-aproveitamento das chances criadas no Serra Dourada. ?Jogando em casa, o Goiás teve seis lances de perigo. E nós tivemos dezenove, tivemos possibilidades claras de gol?, afirmou o treinador, sem contar os dez escanteios que a equipe teve na partida (contra um dos donos da casa). ?Mas sabemos que temos que trabalhar. Este é o fundamento que eu mais trabalho (finalizações), e vai continuar assim nos próximos dias?, reiterou.
Mesmo com a derrota (a quarta no Brasileiro), Cuca vê crescimento na equipe. ?Acho que estamos mostrando, a cada dia, que o time tem condições de chegar bem neste Brasileiro?, comentou. Mas ele admitiu que ainda há muito a evoluir, principalmente nas finalizações. ?O jogador não tem de furar a rede, é só empurrar para dentro. Faltou tranqüilidade. Vou trabalhar muito mais?, resumiu.
Rendimento
A derrota para o Goiás fez o Coritiba ?equilibrar? sua campanha no Campeonato Brasileiro. Na décima posição, o time tem agora um aproveitamento de 48,1%. Em casa, são duas vitórias e duas derrotas (exatamente 50% de rendimento). Fora, são duas vitórias, um empate e duas derrotas, num aproveitamento de 46,7%. O Coxa tem a quinta melhor campanha fora de casa e a 16.ª dentro de casa.
Alexandre parece ?marcado?
O principal personagem na ?querela? do Coritiba com a arbitragem é o atacante Alexandre. Pivô de três dos quatro lances reclamados pelo Coritiba, o jogador acabou virando o assunto da partida contra o Goiás, quando foi derrubado duas vezes – e nas oportunidades o árbitro Carlos Eugênio Simon nada marcou. Até mesmo um pedido de desculpas do juiz ao jogador, que pode se tornar um dos ?marcados? do futebol brasileiro.
Foram três jogadas em duas partidas. Na primeira, Alexandre foi calçado por Chiquinho, no clássico com o Paraná – Carlos Jack Magno não anotou a penalidade. Domingo, os lances do camisa 11 do Cori tiraram o técnico Cuca do sério. ?Não dá para agüentar, todo final de semana é a mesma coisa. E desta vez foram duas vezes?, reclamou o treinador alviverde, na chegada da delegação coxa.
Além de não ter suas reclamações atendidas, o Coritiba viu Alexandre ser punido com o cartão amarelo – sinal mais que claro da transformação do jogador em ?marcado?, aquele que acaba sendo perseguido pela arbitragem.