Vasco x Athletico: em busca de soluções, Eduardo Barros se atrapalha

Vasco x Athletico
Léo Cittadini teve apenas lampejos de bom futebol neste Vasco x Athletico. Foto: Delmiro Junior/Photo Premium/Folhapress

Voltar às origens do ‘jogo CAP’ em Vasco x Athletico. O plano de Eduardo Barros era fazer o Furacão ser diferente, mas ele parece ainda não saber o caminho certo para arrumar a casa. Em um jogo irregular no primeiro tempo e todo estranho no segundo, o Rubro-Negro foi derrotado mais uma vez – a quinta em seis jogos. O Vasco, com um time bem mais organizado, venceu por 1×0 em São Januário.

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A derrota deste domingo (6) deixa mais dúvidas sobre o Athletico. Se havia um debate interno tão intenso para que o time voltasse a jogar ofensivamente, porque a razão de determinadas mudanças no time titular e durante as partidas? Será que não passou da hora de deixar de insistir com soluções que funcionaram há duas temporadas? Enquanto não tem essas respostas, o Furacão empaca no Campeonato Brasileiro.

Vasco x Athletico: os times

Eduardo Barros disse após o empate contra o Bragantino que avaliaria as escalações jogo a jogo. Para encarar o Vasco, o técnico interino do Athletico optou por Márcio Azevedo na lateral-esquerda – que só se explicaria por um desgaste físico do Abner. Erick voltava a ser improvisado na direita, mesmo tendo jogado bem pela meia na quarta-feira (2). Prova de que nenhum lateral se afirmou, o que deixa evidente a falta de planejamento da diretoria.

Do meio para frente, Richard entrava no lugar do suspenso Wellington – até aí, tudo bem, além de o volante estar de saída do clube. Mas Christian passava a ser o segundo homem de meio, ao lado de Léo Cittadini. E no ataque Fabinho ganhava uma chance como titular, após duas atuações fracas de Pedrinho. O interino parecia ainda tatear para chegar em uma formação ideal.

Baque inicial

Mas o Vasco impediu que qualquer estratégia do Athletico fosse colocada em campo. Logo no início do jogo, numa saída em velocidade, Benítez sobrou na disputa contra os defensores e cruzou para Germán Cano abrir o placar. Jogada toda pela direita, na avenida deixada por Márcio Azevedo. E quem assistiu meu papo com o André Pessôa, repórter da TV Globo, viu que ele citou os dois gringos como as peças decisivas do time carioca. Não deu outra.

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A partir do gol vascaíno, o Furacão passou a jogar no campo de ataque. Uma pressão natural, que vinha também do recuo dos donos da casa. Geuvânio e Christian apareciam bastante, Fernando Miguel teve que fazer uma boa intervenção, mas os rubro-negros ainda sofriam com a posse de bola sem agressividade – um legado nada agradável de Dorival Júnior.

O Athletico buscava o controle do jogo, mas ficava vulnerável no meio-campo. Quando recuperava a bola, o Vasco trabalhava com muita facilidade até se aproximar da área. Apesar de tentar se fechar em uma linha de quatro na linha central, o Furacão sofria demais para parar as investidas de Benítez, Ygor e Talles Magno.

Parte final

O panorama não mudou muito na volta do intervalo de Vasco x Athletico. A diferença é que os dois times tentavam atacar mas erravam muito. Decisões erradas e falhas técnicas faziam a partida, mesmo movimentada, ter pouca qualidade. Numa dessas jogadas erradas, Erick teve a melhor chance do Furacão, mas chutou em cima de Fernando Miguel. O lance mostrava que era possível o empate, mesmo com a má fase técnica de alguns jogadores.

Aí Eduardo Barros resolveu mexer por atacado: Pedrinho, Bruno Leite e a estreia de Alvarado nos lugares de Fabinho, Bissoli e Richard. Neste momento do jogo, o Vasco tinha perdido muita força com as saídas de Cano e Fellipe Bastos. E aos poucos o Athletico se postou dentro do campo adversário. Só que jogava desarrumado, mais no ‘vamos lá’. E não fosse a ação do VAR e Ribamar – logo ele – teria feito o segundo gol dos donos da casa.

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Mudando até o zagueiro para que Lucho González entrasse, Eduardo Barros tentava de tudo, só que em vez de arrumar, desestruturou totalmente o time. As alterações deixaram o Athletico refém da sorte ou de uma possível individualidade, porque não havia organização, transição e força ofensiva. E a vitória do Vasco se confirmou, em outra jornada confusa do Furacão.