Athletico x Corinthians: Furacão perde e escancara dificuldade tática

Athletico x Corinthians
Everaldo toca entre as pernas de Jandrei e decide Athletico x Corinthians. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Athletico x Corinthians terminaria como havia começado. Mas nos acréscimos o Timão conseguiu o gol com Everaldo, venceu a partida por 1×0 e escancarou os problemas táticos do Furacão. O jogo da noite desta quarta-feira (14) na Arena da Baixada teve a participação importante do goleiro Walter, mas o Furacão novamente ficou devendo. O resultado colocou o time na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

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Para a sequência do Brasileirão – e das outras competições, Copa do Brasil e Libertadores -, o Athletico terá que lembrar da ousadia que prega em seu marketing. É hora de tomar decisões. Entre elas, inevitavelmente será a avaliação do técnico interino Eduardo Barros. E principalmente buscar soluções diferentes, passando por escolha de jogadores e de organização em campo. Uma possibilidade quase começou a partida.

Athletico x Corinthians: os times

O Furacão surgia com novidades. Eduardo Barros cedia aos fatos e montava seu time sem um volante eminentemente marcador. Wellington e Richard não conseguiam dar ao Rubro-Negro a velocidade na saída de jogo que Erick poderia dar. Com Geuvânio e Fabinho nas extremas, e Léo Cittadini e Christian pelo meio, o Athletico reprisava o 4-1-4-1, mas com outras peças, mais velocidade e mais opções de jogo. Parecia que o técnico interino começava a abrir o caminho para a volta de Nikão.

Léo Cittadini e Christian ficaram responsáveis pela articulação do Furacão. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Quer dizer, seria isso. Mas Jonathan sentiu dores musculares no aquecimento e mudou tudo. Wellington foi escalado, Erick passou para a lateral-direita e o time ficava mais ‘conservador’. E algumas escolhas persistiam. Como exatamente a de Fabinho, após Ravanelli ter mudado o Furacão no jogo contra o Internacional, e mesmo Pedrinho tinha entrado melhor. Do outro lado, Vágner Mancini especulara um time com três meias, mas optara por três volantes – Xavier, Gabriel e Ramiro, que certamente jogaria mais aberto pela direita.

Bola rolando

Com a entrada de Wellington, o Athletico jogava no 4-4-2, com Cittadini e Christian se revezando – ora na segunda linha de marcação, ora mais perto de Renato Kayzer. E aquele problema de organização se repetia, sobrando para Thiago Heleno fazer a transição defensiva ou as inversões de lado. O jogo fluía mais pelas laterais, com Erick e Abner se projetando. E era o Furacão que mantinha a posse de bola, com o Corinthians todo retraído.

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Esperto, Mancini fechou os flancos e deu espaço para os zagueiros e para Wellington. O Rubro-Negro passou a ter mais problemas ainda para criar, e como o Timão também não atacava, o jogo empacou. Era um cenário semelhante às últimas partidas em casa, contra Jorge Wilstermann e Ceará, quando um adversário bem fechado impedia que o Athletico se aproximasse do gol. Só Christian levava perigo. Ficava clara a necessidade de mais um jogador de qualidade no meio-campo.

Eduardo Barros optou por tirar Cittadini no intervalo para colocar Ravanelli, que deveria ter começado jogando. Como não houve mudança tática, o Athletico não embalou. Mas o Corinthians recuou, fechando a entrada da área, permitindo aos rubro-negros arriscarem mais de média distância. Assim Geuvânio e o próprio Ravanelli tiveram boas oportunidades, defendidas por Walter.

Domínio e frustração

A partir dos dez minutos do segundo tempo, o Furacão passou a jogar dentro do campo corintiano. Mas Renato Kayzer era pouquíssimo acionado, prova de que a marcação alvinegra – somada à lentidão do meio do Athletico – levava vantagem. Era preciso ter mais movimentação, pois não estava adiantando ficar tentando achar espaços onde não havia. O centroavante tinha tido apenas uma chance, após ótimo passe de Geuvânio, mas parou em Walter, que mesmo sem um bombardeio rubro-negro, era o melhor em campo.

Wellington e Renato Kayzer presos na marcação do Corinthians. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Com Pedrinho em campo no lugar de Fabinho, o Athletico tentou aumentar a pressão. Mas foi o Corinthians que teve uma chance incrível, com Fagner aparecendo livre no meio da área e cabeceando para fora. A blitz foi pra valer quando Bruno Méndez foi expulso por agredir Kayzer. Walter entrou no lugar de Wellington, mas o Furacão de novo tinha muitos atacantes (Carlos Eduardo e João Victor também entraram) e poucos armadores. E com um jogador a mais e os famosos atacantes empilhados, o Rubro-Negro conseguiu tomar um contra-ataque, sofrer o gol de Everaldo e entrar na ZR do Brasileirão e definitivamente em crise.