Adeus

Corpo de jornalista é velado no Couto Pereira

Familiares, cronistas esportivos, torcedores e futebolistas deram ontem o último adeus ao jornalista Vinicius Coelho. O enterro ocorreu durante à tarde, no cemitério municipal São Francisco de Paula, em Curitiba, após velório ocorrido no estádio Couto Pereira.

Vinicius Coelho faleceu anteontem, aos 80 anos, vítima de atropelamento na Linha Verde. Como consequência, o Coritiba, clube de seu coração, decretou luto por três dias após a morte do jornalista. Uma homenagem também está prevista para antes da partida contra o Sport Recife, domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

Um dos presentes na despedida, que reuniu centenas de pessoas, foi o ex-jogador e grande ídolo da torcida do Coritiba Dirceu Krüger. “Entre o pessoal da velha guarda, uma infinidade de cronistas, radialistas, foi uma despedida bem reconhecida”, conta. “Nos deixou uma pessoa que a gente aprendeu a admirar demais. Convivi com ele desde que eu estava no Britânia”, disse.

Krüger fez questão de lembrar de uma das crônicas de Vinicius sobre sua carreira, que cita um lance que o jornalista não cansava de se lembrar: um dos gols de uma vitória sobre o Santos, em que tabelou com seu ex-companheiro Walter, na década de 60. “Era um cronista de mão cheia. Escrevia umas coisas bem detalhadas, que você ficava pensando: como é que pode ter essa visão.”

Agradecimento

Ausente da despedida por compromissos profissionais, o vice-presidente do Coxa, Ernesto Pedroso Júnior, relatou que sua reaproximação com o clube foi motivada por uma coluna de Vinicius Coelho, na Tribuna. “Fiquei afastado por 20 anos e o que ele escreveu me tocou sinceramente. Disse que havia sido uma pessoa participativa nas décadas de 1970, 1980, mas que andava vendo futebol pela televisão e deveria voltar. Hoje estou engajado até o pescoço”, conta, sobre o jornalista que cobriu nove Copas do Mundo, foi presidente da Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace), escreveu um dos hinos do Coritiba e três livros de futebol.