Saiu sem estrear

Promessa deixada de lado no Coritiba vira aposta milionária na Europa

Matheus Cunha já marcou três gols nesta temporada pelo Red Bull Leipzig. Foto: Divulgação/Red Bull Leipzig

O Coritiba viu uma grande aposta das categorias de base ir embora por um valor baixo e hoje valer R$ 66 milhões. O paraibano Matheus Cunha, que morou desde os 14 anos no alojamento do Couto Pereira, foi embora em junho de 2017 sem sequer estrear no time principal e agora é uma grande promessa na Alemanha.

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“Foi um momento delicado. Queria muito ter estreado pelo profissional, era meu sonho. Mas acredito que as coisas andaram de outra forma”, contou o atacante, que acabou negociado com o Sion, da Suíça, por 1,5 milhão de euros naquela janela de transferências.

Um ano depois, com dez gols marcados na temporada de estreia na Europa, o garoto de João Pessoa virou notícia no mundo da bola. O Red Bull Leipzig, da Alemanha, pagou 15 milhões de euros para contratá-lo. Valorização de 1000%.

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Conhecido por investir em jovens promessas, o clube bancado pela marca de energéticos austríaca se encantou pelo faro de gol e velocidade de Matheus a ponto de investir pesado para garantir cinco anos de contrato com o jovem de 19 anos.

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As convocações para a seleção brasileira sub-20, que começaram a vir depois do sucesso na Suíça, reforçaram a alta cifra do negócio, equivalente a R$ 66 milhões.

“Se estão pagando, acredito que estou valendo (15 milhões de euros)”, brincou o camisa 20 dos Touros Vermelhos. “É algo que vem de acordo com seu trabalho. E trabalhei muito para conseguir isso. Estava no lugar certo na hora certa. Foi onde puder ter a valorização que qualquer jogador busca”, emendou.

Adaptação e potencial

No Leipzig, Cunha soma três gols em 11 partidas, todos pela Liga Europa. O último aconteceu no último dia 4, contra o Rosenborg, da Noruega, fora de casa. No campeonato alemão, o brasileiro atuou em três das seis rodadas até aqui, sempre como alternativa do banco de reservas.

Apesar de ainda ser tecnicamente um adolescente, ele garante já estar bem adaptado à vida na Alemanha, cenário que evidentemente foi facilitado pelo período em Sion. Mas o que lhe ajudou mesmo foi sair do CT Barão, clube de base do Recife, para o Coxa, quatro anos atrás.

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“Depois de ter me acostumado com Curitiba, me adaptar (na Europa) foi bem menos difícil”, disse. “Sempre falo que quando a gente está em um lugar melhor, só não se acostuma quem não quer”, completou o avante, que foi descoberto por um olheiro enquanto defendia o sub-20 do Coritiba na Dallas Cup 2017, nos Estados Unidos.

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Para o técnico do Leipzig, Ralf Rangnick, Matheus é um atacante muito interessante por sua versatilidade, podendo jogar nas pontas ou centralizado como centroavante. E ainda com muito espaço para evoluir.

“Ele é jovem e tem muita qualidade do ataque. Ele é especialmente bom na frente do gol e é versátil. Ele se desenvolveu magnificamente bem no Sion no ano passado, mas há muito mais potencial”, afirmou o treinador ao site da Bundesliga.

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Apesar do tamanho da aposta que representa, Matheus ainda se vê como um menino que ama jogar bola, agora um pouco mais maduro, mas sempre pronto para trabalhar para não estagnar.

“Aprendi muito de tática (na Europa), a técnica você aprende muito no Brasil, nasce com ela. Aqui o futebol é muito físico, e um físico bastante diferente. Sou um jogador mais inteligente, que tenta tomar decisões certas durante o jogo para que a margem de erro seja cada vez menor”, fechou o adolescente prodígio de R$ 66 milhões.

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