Empate

Defesa do Coritiba falha atrás mas resolve na frente

Werley e Cléber Reis foram os protagonistas do jogo. Foto: Wallace Teixeira/Estadão Conteúdo

SELO_COXA_BARRA_1COLZagueiros estão em campo pra defender. Estão pra ficar mais na deles, evitar que os adversários façam os gols, pra deixar a bola limpa pra quem “sabe” criar. Eles são responsáveis por dar tranquilidade pra uma equipe. Mas no Coritiba os defensores são os protagonistas. Eles fazem gols, cometem erros, dão os passes decisivos – em resumo, definem o placar dos jogos. Nesta quinta (9), no Maracanã, não foi diferente. No empate em 2×2 com o Fluminense, o jogo só teve quatro gols porque a turma da cozinha participou ativamente.

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Antes do jogo, o resultado. O empate, pra quem viu o jogo, pode ter ficado amargo. Afinal, o Coxa foi melhor e poderia ter vencido. Mas um pontinho, além de manter a invencibilidade alviverde, que chega agora a cinco jogos, ampliou a vantagem para a zona de rebaixamento para três pontos – o dia começou com uma frente de dois para o Sport, o 17º colocado. Uma vitória no domingo (12) sobre a Ponte Preta pode encaminhar de vez a fuga da degola.

Agora, o jogo. Ou, melhor, a história da defesa do Coritiba no Maraca. Com apenas quatro minutos, o sistema de marcação já precisou trabalhar em uma blitz dos cariocas. A ponto de Wilson (o primeiro a aparecer) ser obrigado a fazer um milagre em um chute de Douglas. Com o time bem atrás, a pressão era inevitável. Só que estava claro que o Flu daria espaços que poderiam ser explorados não somente nos contra-ataques, mas principalmente com mais domínio do jogo.

Isso só aconteceu depois da metade do primeiro tempo. Foi quando o Coxa passou a avançar a marcação (olha aí) e Jonas e Alan Santos (dois marcadores, é bom lembrar) passaram a jogar. Aí a superioridade alviverde foi ficando evidente até sair o gol. Foi bem no finalzinho da etapa. Thiago Carleto – o defensor com mais assistências no Campeonato Brasileiro – bateu o escanteio, Alan Santos desviou e Werley chegou na segunda trave para abrir o placar.

Kléber voltou, reclamou de pênalti e mudou a postura do Coxa. Foto: Luciano Belford/Estadão Conteúdo
Kléber voltou, reclamou de pênalti e mudou a postura do Coxa. Foto: Luciano Belford/Estadão Conteúdo

Desse jeito a turma da defesa já teria feito um papel significativo no jogo. Mas ainda tinha mais 45 minutos, que no final foram 50. E com um Fluminense agressivo, partindo pra cima. O Coritiba tinha avenidas, bem daquelas cariocas, com trocentas pistas, pra contra-atacar. Mas falhava, ora pelo exagero de Yan Sasse nos dribles, ora pela vontade irrefreável de Rildo cavar uma falta.

Aí foi a vez de um escanteio para o Flu. Na cobrança de Sornoza, uma sucessão de falhas da defesa coxa. Ninguém marcou Henrique, que cabeceou sozinho. A bola, que estava indo parar nas mãos de Wilson, foi desviada por Cléber Reis. Um toque de leve, o suficiente pra matar o goleiro e ir para as redes. Gol contra do zagueiro. Um baque tão grande que dois minutos mais tarde Lucas cruzou, Cléber e Wilson se desencontraram e Henrique Dourado marcou – 17º gol do artilheiro do Brasileirão.

Uma virada assim só poderia gerar uma reação de Marcelo Oliveira. Kléber. O Gladiador voltou após dois meses fora, e só a entrada dele gerou uma mudança de postura. O Coxa partiu pra cima, e em três lances assustou os donos da casa. No quarto, escanteio. Você já sabe o que aconteceu: Carleto cruzou, gol de Cléber Reis. Mais uma vez a defesa alviverde sendo decisiva.

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Nesta quinta, a zaga coxa-branca foi determinante. Nas falhas, talvez tenha tirado uma vitória que seria merecida, pois o Coritiba foi mais regular em todo o jogo. Mas nos acertos, conseguiu um empate que poderá fazer diferença lá na frente. Só que a torcida alviverde espera que nos últimos cinco jogos do Brasileiro venham somente os acertos, pra que a fuga do rebaixamento não seja tão sofrida.