Análise tática

Coritiba teve no meio-campo reforçado a arma pra vencer o Atletiba

Meio-campo do Coritiba controlou as ações na Arena da Baixada, principalmente com o trio Alan Santos, Matheus Galdezani e Anderson. Tanto que Nikão pouco tocou na bola. Foto: Hugo Harada

O Atletiba da Arena da Baixada colocou frente a frente dua situações bem diferentes. De um lado o Atlético, jogando em casa, postado no já tradicional 4-2-3-1 e começando o jogo mais ofensivo. Com Matheus Rossetto com mais liberdade, o Furacão pressionava na troca de passes, tanto que quase abriu o placar com um chute de João Pedro, logo aos três minutos. Só que o Coritiba surpreendeu na escalação e anulou rapidamente essa arma do Rubro-Negro.

Assim que os times foram divulgados, a expectativa era ver um Coxa no 4-3-3, com Iago, Kléber e Henrique Almeida fazendo a trinca. Porém, a equipe se postava no 4-4-2, com Iago e Anderson abertos pelas pontas, se revezando pela esquerda e pela direita. Assim, se por um lado faltava um armador pra criar as jogadas, por outro o Alviverde entrou firme na marcação, fechando os espaços e não deixando o Atlético jogar.

E esse foi o cenário de toda a primeira etapa, com o Coritiba tendo amplo domínio, rodando a bola no seu campo de ataque e sem ser ameaçado pelo Furacão, que chegou poucas vezes à meta de Wilson. Mas essa posse pouco se refletia em jogadas ofensivas, pois faltava a ligação do meio com o ataque. Até que veio o primeiro gol em jogada ensaiada em cobrança de falta. Matheus Gadelzani levantou a bola na área e Werley subiu por trás da marcação completamente livre e mandou de cabeça para o gol, em uma jogada muito semelhante à do gol de Thiago Heleno contra o Flamengo, pela Libertadores. Inclusive, na mesma área.

Em desvantagem no placar, o Atlético passou a sair mais para o ataque, só que não vencia a marcação alviverde, principalmente no meio-campo. A todo momento Kléber também voltava para o círculo central, chamando as faltas em cima dele, enquanto o setor ofensivo rubro-negro não conseguia criar as jogadas. Do trio de armadores, Felipe Gedoz foi quem mais buscava a bola, mas facilmente travado pelos marcados.

Com os jogadores abertos pelas pontas, o Coxa se lançava rapidamente pra cima, principalmente com Iago. Independentemente do lado que caía, o camisa 7 era quem arrancava para cima dos defensores atleticanos. Tanto que foi assim que ele marcou um golaço na Arena, encobrindo Weverton, após jogada pela esquerda.

No segundo tempo, para corrigir o setor ofensivo, Paulo Autuori tirou Nikão, que pouco pegou na bola, para colocar Eduardo da Silva, passando o Furacão para o mesmo 4-4-2 do rival, com Felipe Gedoz e Douglas Coutinho abertos pelos lados e dois homens de área.

A mudança parecia que podia surtir efeito. O Rubro-Negro se lançou mais pra área, trabalhava em velocidade e chamava mais a atenção da zaga coxa-branca. Mas também acabou expondo o time. E em um desses buracos, Henrique Almeida se aproveitou para lançar Kléber, que fez o terceiro.

O placar já dificultava qualquer reação do Furacão, que ficou ainda mais complicada com a expulsão de Felipe Gedoz. A partir daí, Eduardo da Silva foi recuado para armar – ou tentar armar – ao lado de Douglas Coutinho, com Grafite mais à frente. Depois, o Coxa não forçou muito, mas colocou Neto Berola para ter a velocidade nos contra-ataques, aproveitando o cansaço do rival, e voltando a usar o 4-3-3, com Tiago Real na criação.

Percebendo isso, Paulo Autuori sacou Paulo André para colocar Zé Ivaldo na defesa. Uma tentativa de dar gás ao setor defensivo, que sofreu em meio a tantas rodadas do ataque coxa-branca.