Coritiba programa trazer mais três pontos do Rio

Pontuar fora de casa sempre foi um dos segredos da ótima campanha do Coritiba. E somar mais três hoje, às 16h, no Maracanã, contra o Fluminense, pode significar o passo decisivo para a conquista de uma vaga na Copa Libertadores.

A estratégia alviverde é aproveitar o desespero do adversário, que está na 21.ª posição do campeonato brasileiro, para conseguir mais uma vitória longe do Couto Pereira.

A pressão que envolve o tricolor carioca não tem comparação com a falta de vitórias do Cori. “Eles precisam muito do resultado, estão lutando para não cair”, reconhece o volante Reginaldo Nascimento. “Nós temos que aproveitar essa situação deles. Vamos jogar com tranqüilidade, tentar o resultado, mas sem aquela pressão”, completa o técnico Paulo Bonamigo.

Para dois jogadores, a situação é conhecida. Marco Brito (que fica no banco) e Roberto Brum são oriundos das Laranjeiras, e acompanharam o drama que resultou na queda do Fluminense para a segunda (em 96 e 97) e terceira (em 98) divisões. “Eu estava nos juniores, e vi a tristeza que tomou conta do clube. Quando estávamos na terceira divisão, o Parreira pegou toda aquela garotada e colocou para jogar”, conta o “Senador”.

E é natural, para um jogador que ficou no Flu por 12 anos, que se fale sobre o sofrimento tricolor. “O roupeiro, o médico, os próprios jogadores são meus conhecidos. Eu não quero que o Fluminense caia”, confessa o volante. “Mas em campo a história é outra, vamos jogar para ganhar. Se minha mãe estiver com outra camisa, eu passo por cima dela. E o Coritiba vai ajudá-los depois, vencendo o Fortaleza”, promete.

Se o elenco está motivado e o time vem de uma boa vitória, Bonamigo não mexeu mais do que o necessário. Ontem ele teve a confirmação das ausências de Edu Sales (com uma contratura na coxa direita) e Adriano (com lombalgia), que sequer viajaram para o Rio de Janeiro. “Em relação ao time, muda muito pouco, porque o Adriano já não jogou contra o Corinthians”, relembra o técnico.

Com isso, Lira permanece na lateral-esquerda (“Ele foi ótimo na quarta, e vai nos ajudar bastante”, garante Bonamigo) e Lima finalmente volta ao time. “Ele está treinando muito bem, e tem qualidades que aparecem ainda mais em campos como o Maracanã”, explica o treinador coxa. E o meia tem boas lembranças do ?maior do mundo?, já que marcou um gol contra o Flamengo no Maracanã. “Jogar lá é bem legal, e eu espero ter a sorte de marcar mais uma vez”, diz Lima, que fará dupla com o empolgado Marcel, recém-convocado para a seleção olímpica.

Vizzotto e Maurinho dão volta por cima juntos

Há momentos na vida em que os destinos se cruzam. Para o goleiro Fernando Vizzotto e o lateral Maurinho, os últimos quatro meses foram de apreensão, insegurança e dúvida quanto ao andamento da carreira no Coritiba. E quis o tal destino que os momentos de recuperação de ambos fosse acontecer quase ao mesmo tempo. Maurinho, sempre contestado, foi o herói da vitória sobre o Corinthians; Vizzotto, suspenso por doping, finalmente está liberado para jogar de novo.

Para o goleiro, a vida foi muito mais complicada nos últimos 120 dias. Suspenso por uso do anabolizante clostebol (elemento ativo da pomada Novaderm), Fernando Vizzotto viveu os piores dias da carreira. “Eu percebi que não posso usar nenhum remédio sem a aprovação dos médicos do clube”, confessa. Ele teve que sofrer ainda mais, já que no primeiro julgamento ele foi absolvido, mas no recurso o STJD o puniu com quatro meses de ?gancho?.

Os dias eram de trabalho e solidão. “É como ficar na geladeira. Você pode fazer tudo, mas não pode exercer a sua profissão”, comenta Vizzotto. Nesse tempo, ele tinha como sustentáculo os companheiros Fernando, Douglas e Júnior. “Eles deram muita força para o Vizzotto, e fizeram ele perceber que era hora de evoluir ainda mais”, afirma o preparador de goleiros Cassius Hartmann.

Nesse tempo em que Vizzotto buscava se encontrar, Maurinho amargava a reserva total. Nem mesmo no banco o lateral ficava, dando vazão aos comentários que o perseguem desde o tempo do Flamengo.

Daí apareceu a Copa Sesquicentenário, e nela o lateral pôde voltar a jogar. Observado por Bonamigo, Maurinho foi “reintegrado”, e aos poucos começou a ganhar espaço no time. “Eu tenho que agradecer a possibilidade que tive de jogar a “Sesqui”, porque foi lá que eu pude me recuperar”, confessa.

CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula

Local: Maracanã (Rio de Janeiro-RJ)
Horário: 16h
Árbitro: Jamir Carlos Garcez (DF)
Assistentes: Ênio Ferreira de Carvalho (DF) e Rogério Monteiro Oliveira (DF)

FLUMINENSE
X
CORITIBA

Fluminense
Kléber, Junior César, César, Rodolfo e Jadílson; Marcão, Sidney, Esquerdinha e Carlos Alberto; Marcelo e Romário. Técnico: Renato Portaluppi.

Coritiba
Fernando; Maurinho, Danilo, Odvan e Lira; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Jackson e Souza; Lima e Marcel. Técnico: Paulo Bonamigo.

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