Coritiba eufórico com a vitória em Belo Horizonte

“A gente redescobriu como é bom o clima depois de uma vitória.” A frase é do goleiro Fernando, e resume o ótimo ambiente do Coritiba após a goleada imposta ao Cruzeiro – 3×0 em pleno Mineirão.

O resultado tirou o Coxa da “zona de risco” do campeonato brasileiro e deu ânimo para a partida de amanhã, às 21h45, contra o Corinthians, no Couto Pereira. Mas todos garantem já ter esquecido o resultado de Belo Horizonte.

O técnico Antônio Lopes, mesmo eufórico com o rendimento (“Jogamos muito”, diz), sabe que agora o desafio é jogar bem em casa. “O Cruzeiro já passou. Nós temos que pensar no Corinthians, e tentar ao máximo melhorar o nosso nível de atuação”, comenta o Delegado, que elogiou muito o trabalho dos estreantes. “O Cléber e o Alemão foram bem, e provaram que podem ser titulares”, afirma.

Viu-se também, pela atitude dos jogadores, uma mudança. “Nós exagerávamos no individualismo. Em outras partidas, nós perdíamos por causa da falta de companheirismo”, admite o centroavante Tuta, que foi o capitão coxa em Belo Horizonte. “Conversamos e conseguimos voltar a ser um time solidário. Afinal, o futebol é coletivo. Se um ganha, todos ganham”, completa ele, alfinetando (involuntariamente ou não) o ex-companheiro Luís Mário.

Mesmo com os principais jogadores fora da equipe (Adriano na seleção, Luís Mário negociado, Aristizábal machucado, Capixaba e Reginaldo Nascimento suspensos), o Coxa conseguiu ser bem superior ao Cruzeiro e conseguir a primeira vitória fora de casa. “Nós estamos jogando bem longe do Couto Pereira, tanto que só perdemos uma partida”, lembra Fernando.

E a boa atuação de Vágner, Ricardo, Rafinha e Rodrigo Batata acalma Antônio Lopes. “O time está com opções, e isso é muito bom para um técnico”, festeja. Mas ele confirma o retorno de Nascimento e Capixaba amanhã. “Eles são titulares, e obrigatoriamente vão retornar”, informa o treinador coxa, que não terá Rafinha, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Por conta disso, Lopes pode optar por Capixaba na lateral-direita, fazendo com que Rodrigo Batata e Cléber sejam mantidos na armação. “É uma opção que eu tenho, mas que preciso primeiro avaliar”, diz o técnico, que tem Tesser como outra opção – caso este jogue, Batatinha deixa o time.

Miranda vira o “Fedato negro”

Miranda conquistou espaço em pouco tempo. De capitão do time júnior no início da temporada, hoje ele é um dos ?intocáveis? do Coritiba. E vem crescendo de produção a cada jogo, motivando elogios de toda parte. O mais recente deles foi o do colunista da Tribuna do Paraná Augusto Mafuz, que o chamou de “Fedato negro”, fazendo alusão ao maior zagueiro da história do clube.

Cria do Coxa, Miranda sabe o quanto uma comparação desse nível é importante. “O Fedato é uma lenda do Coritiba, e eu fico muito feliz com esse tipo de elogio”, comemora o zagueiro, que conheceu Fedato em uma visita que o ex-jogador (que será alvo de uma biografia escrita pelo jornalista Paulo Krauss) fez ao Couto Pereira. “Acho que eu tenho muito o que fazer ainda, mas esse comentário me dá ânimo para melhorar mais”, completa.

Além da boa atuação contra o Cruzeiro, Miranda teve outra incumbência. Apesar de Tuta ser o capitão, o zagueiro obrigou-se a comandar os companheiros de defesa, todos eles recém-promovidos do time júnior como ele. “A gente acabou tendo mais segurança, pois todo mundo se conhece há tempos”, confessa o jogador, que estava ao lado dos companheiros de Taça São Paulo.

Agora, contra o Corinthians, o zagueiro terá o retorno do companheiro (e ídolo) Reginaldo Nascimento. E ele sabe o quão importante é o resultado dentro de casa. “Temos que recuperar nossa campanha no Couto Pereira. E espero que a gente mantenha o ritmo do jogo contra o Cruzeiro e consiga mais uma vitória”, finaliza Miranda.

Luís Mário se despede do clube

Luís Mário disse que sairia pela porta da frente. E realmente fez isso. Ontem, ele viu seus companheiros de Coritiba pela última vez. A caminho do Vitória de Guimarães, o atacante assistiu ao treino dos reservas ao lado dos ex-companheiros, despedindo-se deles.

O “Papa-léguas” oficializou sua ida para Portugal no sábado, após conversar com o presidente coxa, Giovani Gionédis e dizer que aceitara a proposta do Guimarães. “É um sonho, e eu não posso perder essa oportunidade”, reconhece o jogador, que ficou ao lado de Luís Carlos Capixaba.

O contrato de Luís Mário com o time português é de dez meses, e os valores do negócio seriam de 400 mil dólares (pouco mais de R$ 1,2 milhão). A diretoria, após a boa atuação de Alemão contra o Cruzeiro e a contratação de Edinaldo, ex-União Bandeirante, não deve contratar nomes ?de peso? para o ataque – mas é quase certo que revelações podem aportar no CT da Graciosa.

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