Copa 2018

Alegre por estar de volta, torcida do Peru comemora gols de Guerreiro

Nas arquibancadas da arena Khimki, na grande Moscou, a alegria de uma torcida que volta ao Mundial após 36 anos. Um grupo de 200 pessoas acompanhou com entusiasmo o treino aberto da seleção do Peru na manhã fria desta segunda-feira (11) na Rússia.

Após cada gol do atacante Paolo Guerreiro, liberado por um efeito suspensivo para jogar o Mundial após o caso de doping, a torcida do Peru, por volta de cem pessoas, vibrava.

Jefferson Farfán, 33, atacante do Lokomotiv Moscou, time que teve origem entre os trabalhadores do setor ferroviário da cidade, também era bastante aplaudido, inclusive pelos russos. O clube moscovita é o atual campeão da Rússia.

A equipe comandada pelo argentino Ricardo Gareca chega confiante para a Copa do Mundo da Rússia. Há 15 jogos sem perder, desde a derrota para o Brasil por 2 a 0 pelas Eliminatórias em novembro de 2016, o Peru estreia no sábado (16) contra a Dinamarca.

Ainda pelo Grupo C, os sul-americanos vão enfrentar a forte França, no dia 21, e a Austrália, no dia 26.

“Não há uma partida chave, todas são importantes”, disse o meio-campo Renato Tapia, 22 anos, jogador do Feynenoord, da Holanda. Dos 23 convocados para jogar o Mundial pelo Peru apenas cinco atuam dentro do país.

Da lista, três atletas, Cueva, Trauco e Guerreiro, são ligados atualmente ao futebol brasileiro.

No último amistoso antes da estreia, que será na cidade de Saransk, a seleção vermelha e branca empatou em 0 a 0 com a Suécia, que também estará na Copa do Mundo. O jogo foi considerado importante por Gareca, que compara a forma de jogar dos suecos com a da Dinamarca, adversário da estreia no sábado (16).

Apesar de todos estarem alegres com a possibilidade de Guerreiro atuar, o discurso entre jogadores e comissão técnica continua sendo o de apostar no conjunto para surpreender em gramados russos. “O [futebol] coletivo do Peru está funcionando muito bem, temos que trabalhar para continuar assim. Vamos de jogo em jogo”, disse o zagueiro Anderson Santamaria, 26, que joga no Puebla do México.

Desde 1982 sem aparecer em uma Copa do Mundo, o Peru conseguiu sua melhor classificação em Mundiais em 1978, na Argentina. A seleção que tinha nomes como Quiroga no gol, Chumpitaz, Cubillas e Oblitas chegou até as semifinais. No último jogo dos peruanos naquela Copa ocorreu a polêmica derrota por 6 a 0 para a Argentina, que jogava em casa.

A seleção local, que seria campeã do mundo naquele torneio contra a Holanda, entrou em campo precisando vencer por ao menos quatro gols de diferença. Os peruanos já estavam fora. A maneira como ocorreu a goleada suscitou a hipótese de que o Peru entregou o jogo para os argentinos. Tese totalmente rechaçada pelos dois lados até hoje.

Na Rússia, na sua volta ao torneio de seleções mais importante do futebol, o Peru é uma das poucas seleções que escolheu a cidade de Moscou para se concentrar. O hotel da equipe está perto da Arena Khimki, local escolhido para os treinamentos. O estádio inaugurado em 2008 é moderno, com capacidade para 18.636 pessoas.

Ele já recebeu tantos jogos da Liga dos Campeões como da Copa da UEFA. Apesar de ser a casa do Khimki, time local, ele também recebeu partidas do CSKA e do Dinamo. A sua arquitetura lembra a da Arena da Baixada, no Brasil, mas com dimensões menores.

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