Rei dos desarmes

À vontade no Brasil, Pavez virou o cão de guarda do Atlético em 2017

Pavez se tornou um dos principais jogadores do Atlético e fez a torcida esquecer Otávio. Foto: Albari Rosa

Quando chegou ao Atlético, em julho deste ano, o volante Esteban Pavez tinha em sua contratação um objetivo claro: repor a saída de Otávio, vendido para o Bordeaux, da França, por 7,5 milhões de euros. O Furacão investiu 700 mil dólares (cerca de R$ 2,1 milhões) para tirar o jogador de 27 anos do Colo Colo, do Chile.

O chileno chegou e virou titular quase instantaneamente, devido à transferência de Otávio. Estreou na vitória por 1×0 sobre o Vasco, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Rio de Janeiro. Os números confirmam o status de titular absoluto, já que desde que chegou ele só não atuou na 36ª rodada do Brasileirão, curiosamente contra o mesmo adversário que estreou.

Apesar de não falar português fluentemente, Pavez não teve dificuldades para se adaptar à nova realidade. “Todo mundo me recebeu bem desde o primeiro dia. As pessoas do clube, os meus companheiros e os torcedores”, revelou ele, em entrevista ao site oficial do Rubro-Negro.

“Eu gosto bastante do perfil do futebol brasileiro. Era o que eu esperava, porque se joga muito com a bola e gosto bastante. No Chile, corre-se muito mais, enquanto que aqui se fica muito mais com a bola”, completou.

Além das boas atuações, a falta de alternativas na posição garantiu a titularidade absoluta para Pavez. Não havia no elenco do Atlético nenhum jogador com a característica semelhante para que tivesse uma concorrência pela vaga no time titular.

Nos 21 jogos que realizou com a camisa do Furacão, o volante se destacou pela forte marcação e pela precisão dos passes, sendo o líder em desarmes do time e um dos principais neste quesito ao longo do Brasileirão. Tanto que voltou a ser convocado para a seleção chilena, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Porém fechou 2017 sem nenhum gol ou assistência.

Por isso, o chileno até ganhou o curioso apelido de camisinha entre os torcedores atleticanos, após três partidas, três vitórias, nenhum gol sofrido e o salto da 16ª para a 8ª colocação na tabela.

“Não sei quem foi, depois acabou pegando. É pela segurança que eu dei à equipe nas primeiras cinco rodadas que fiz”, disse Pavez, aos risos, à emissora chilena Canal del Fútbol, durante suas férias no Chile.

Para 2018, o Atlético ainda não anunciou nenhum reforço para a função de primeiro volante. Ou seja, o jogador continuará absoluto na posição, pelo menos por enquanto. Já adaptado ao futebol brasileiro, Pavez espera contribuir mais com o Atlético na próxima temporada.

“Com a equipe que temos, podemos pensar em títulos. Essa é a minha expectativa”, concluiu ele.