Análise

Um pedido pro Furacão: 90 minutos de coragem contra o San Lorenzo

Paulo Autuori conversa com o elenco. Atlético precisa se impor na Argentina. Foto: Albari Rosa

“Acho que aprendemos uma lição, que já tinha acontecido contra o Capiatá”. Quem falou isso foi Lucho González, um dos mais experientes jogadores do Atlético, que joga esta quarta-feira (15) contra o San Lorenzo, lá em Buenos Aires. A lição é a de estar atento o tempo todo, não bobear, não dar brechas para que o adversário faça os gols e complique a vida do Furacão.

Eu seria um pouco mais direto e faria um pedido – que o Atlético tivesse noventa (ou mais) minutos de coragem no Nuevo Gasometro. Sem ter medo de jogar, sem aquela história de ficar todo recuado e sofrer muito tempo, sem achar que Thiago Heleno e Paulo André vão tirar todas, ou que se passar deles Weverton fará todos os milagres. É preciso mais, é preciso que o Furacão seja corajoso diante do San Lorenzo.

Isso significa ser ultra ofensivo? Não. Não significa sair atacando sem qualquer preocupação com a defesa. Coragem significa, em primeiro lugar, uma postura organizada. Nada da distância absurda entre os setores do Furacão. Um jogo em que a posse de bola seja aliada rubro-negra, e não uma amiga distante. Grafite não está errado quando diz que o time precisa ter mais o controle da posse de bola. Quando fez isso, tanto diante do Capiatá quanto diante da Universidad Católica, conseguiu mostrar o melhor futebol nesta temporada.

Coragem também significa querer vencer. Empatar sim é um bom resultado jogando em Buenos Aires, ainda mais contra um San Lorenzo que necessita de recuperação na Libertadores. Mas vencer é possível, é muito possível. O “time do Papa” tem uma defesa lenta, um goleiro instável e ainda está sentindo a falta de ritmo de jogo devido à greve de quase três meses dos jogadores. Então, com o time que o Furacão tem, ganhar não é um sonho, é uma realidade.

E aí vem o mais importante. Coragem é ter força para construir a vantagem e não se amedrontar com o adversário. Por mais que digam que é uma reação dos jogadores, não dá para não colocar essa história de voltar o time inteiro na conta de Paulo Autuori. Aconteceu nos cinco jogos da Libertadores – e em dois com ação direta do técnico, a entrada de Wanderson como terceiro zagueiro. Que o treinador e os jogadores ouçam o hino do Atlético no caminho do Nuevo Gasometro, e lembrem que rubro-negro é quem tem raça. Por isso, nada de medo do San Lorenzo. É dia de ter coragem.