Com a bola toda

Felipe Gedoz admite erros no passado, mas volta ao Atlético sendo decisivo

Felipe Gedoz entrou no início do segundo tempo, acertou a trave, sofreu pênalti e fez gol. Início de uma nova fase? Foto: Albari Rosa

Autor do gol de empate do Atlético em 1×1 com o Coritiba, o meia Felipe Gedoz parece ter entrado em uma nova fase no clube. Principal contratação do Furacão na temporada, o camisa 10 não jogava há mais de um mês, desde o dia 31 de julho para ser mais exato, mas mostrou no clássico que ainda pode ser decisivo para o time.

Até aqui, ele disputou apenas 19 jogos em 2017. Um número muito baixo para quem chegou para resolver o problema de armação de jogadas do Furacão. Quando esteve em campo, até correspondeu, tendo balançado as redes seis vezes. O problema para a falta de sequência foi fora de campo.

Felipe Gedoz foi afastado duas vezes na temporada. Na primeira, ainda sob o comando de Eduardo Baptista, foi alegado que ele teve lesões no joelho e no tendão. Mas, mais do que isso, havia um sério problema na questão física, mais precisamente pelo fato de o jogador estar acima do peso e por frequentar a noitada. Foi mais de um mês sem jogar, apenas tentando recuperar a forma. Neste período, ele emagreceu sete quilos e seguiu treinando, à espera de uma nova oportunidade, mas cogitando ir embora.

“Minha primeira escolha era ir embora porque eu não estava acostumado com essa pressão. Nunca tinha jogado no Brasil, fiquei sete anos fora. Mas é bom que acontecem essas coisas porque aprendemos com os nossos erros e eu aprendi bastante”, lembrou.

Nova chance

Mas veio uma nova chance no final do jogo contra a Ponte Preta, no Brasileirão, já com Fabiano Soares, no dia 23 de julho. Em seguida, foi titular contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, e entrou na etapa final contra o Vasco. Depois disso, mais um período afastado. Mas aí o problema não era peso, mas sim desempenho.

O treinador do Rubro-Negro já havia puxado a orelha do atleta, cobrando mais determinação e intensidade. Falhas que o próprio Gedoz admitiu que cometeu e que está pronto para recomeçar.

“Com certeza. O que eu disse anteriormente é que está difícil encontrar alguem mais honesto que eu. Sempre que estou errado sou o primeiro a falar. Tive momentos ruins, mas nunca dentro de campo e do clube, mas sim extracampo. Mas no futebol temos que estar preparados para tudo”, afirmou o jogador.

Conversa definitiva

A volta aconteceu após uma conversa entre os dois, na semana passada, onde as duas partes se entenderam e o jogador foi relacionado para o clássico.

“Tivemos uma conversa longa, onde ele deixou as coisas bem claras pra mim e eu deixe para ele. Entramos em um acordo e este período fora eu procurei dar meu máximo, treinando forte no dia a dia. Infelizmente, nós jogadores não gostamos de ficar fora, mas nunca baixei a cabeça, me dediquei e acho que deu para mostrar dentro de campo”, destacou o camisa 10 atleticano.

“Eu vinha treinando, acho que a escolha é sempre do treinador, ele que manda. Mas futebol é isso e temos que estar sempre preparados. Depois de um mês sem jogar, pude entrar e mudar a cara do jogo”, completou.

A chance, desta vez, foi aproveitada. Felipe Gedoz entrou em campo aos 15 minutos do segundo tempo. Um pouco antes, quando foi chamado para o jogo, arrancou aplausos e incentivo dos torcedores, que queriam vê-lo novamente em campo. Nos pouco mais de 30 minutos que esteve em campo, criou jogadas, acertou uma bola na trave em cobrança de falta e ainda sofreu o pênalti convertido por ele próprio, no final da partida.

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Um desempenho que agradou a torcida, mas que não surpreendeu Fabiano Soares, que em outras oportunidades já ressaltou as qualidades do meia e que acredita que ele pode render muito mais ainda.

“Eu falei que ele estava treinando bem e se quiser vai jogar toda vez que treinar impressionante. O Gedoz pode fazer muito mais do que está fazendo. Eu preciso que ele jogue também sem ser bola parada. Agora é dar continuidade. O treinamento da semana é para eu ver e claro que queria colocá-lo para jogar, mas eu administro um grupo. Eu gosto muito dele, é um fora de série. Se treinar forte, vai jogar sempre”, afirmou o técnico.