Atlético pega o Volta Redonda, para recuperar o moral perdido

Se a prioridade no primeiro semestre era a Copa do Brasil, o Atlético tem tudo para deslanchar a partir de agora. Teoricamente, é claro. Na prática, o clima não é dos melhores e o Rubro-Negro terá que superar as turbulências internas se quiser ?matar? o Volta Redonda na primeira partida da segunda fase da competição. Para tanto, não terá Dagoberto e Michel Bastos e será dirigido pelo segundo interino na temporada, Leandro Niehues. Tudo sob os olhos do recém-contratado Givanildo  de Oliveira. O confronto está programado para às 21h45, no Estádio da Cidadania, em Campos, no Rio de Janeiro.

Depois de eliminar o Moto Club, em São Luís (MA) por 3 a 1 na primeira fase (não foi necessário o jogo de volta), o Furacão tem agora o time do Vale do Aço fluminense.

A oportunidade é ótima para apagar o vexame da desclassificação no Campeonato Paranaense para a modesta Adap. No entanto, não basta entrar em campo e jogar. O time terá que mostrar que está incólume à revolução interna dos últimos dias.

A diretoria promoveu uma reformulação geral na equipe de apoio, o técnico Lothar Matthäus vazou e o então interino, Vinícius Eutrópio, foi para o espaço.

Restou a Leandro Niehues, treinador dos juniores, tocar o barco ao lado do assessor científico Oscar Erichsen.

Que dureza. Antes de qualquer planejamento para a partida, ele terá que reerguer o moral dos atletas. Ontem, excepcionalmente, o clube liberou fotógrafos e cinegrafistas no CT do Caju por dez minutos. Se uma imagem vale mais do que mil palavras, das quase 30 fotografias tiradas por Valquir Aureliano, apenas um sorriso (de Jancarlos) foi registrado.

No restante dos clics, somente cara fechada, mãos no rosto e atletas cabisbaixos.

Assim, a tendência é que Givanildo fale, ainda no Rio de Janeiro antes da partida com os jogadores, para tentar melhorar esse ânimo. O novo comandante do Atlético assistirá ao confronto das arquibancadas e terá bastante tempo para implantar sua filosofia a partir de amanhã, quando assume oficialmente a equipe. O jogo de volta, se acontecer, está programado para o dia 5 de abril, na Baixada.

Se o Rubro-Negro conseguir fazer dois gols ou mais de diferença, despacha o Volta.

Na equipe, o atacante Dagoberto e o lateral-esquerdo Michel Bastos foram vetados pelo departamento médico e estão fora. Os dois estão com dores no joelho, mas os médicos do clube não entraram em detalhes. No restante da equipe, Leandro faz mudanças em todos os setores. No gol, volta Cléber. Na defesa, Alex retorna junto com o esquema 3-5-2. No meio, Fabrício pode ganhar a vaga de Alan Bahia e, no ataque, William será o titular ao lado de Rodrigão.

Riva e Eutrópio dependem do novo técnico

O auxiliar técnico Vinícius Eutrópio e o preparador físico Riva Carli estão na berlinda no Atlético. Afastados da partida de hoje contra o Volta Redonda, os dois foram orientados a esperar em casa até amanhã para ver se continuam ou não no clube.

A diretoria espera a chegada de Givanildo de Oliveira para saber se o novo técnico contará ou não com os dois para a temporada. O novo treinador pretende montar uma comissão de confiança e já está trazendo gente para essas funções.

Numa reunião na segunda-feira à noite com os dirigentes, tanto Vinícius quanto Riva foram comunicados da decisão. Ganharam dois dias de folga, mas não sabem se voltam a trabalhar pelo Rubro-Negro. Mais complicada está a situação de então interino. Após perder duas vezes para a Adap, o substituto de Lothar Matthäus tomou pito do presidente do conselho deliberativo Mário Celso Petraglia e não deve emplacar mais no CT do Caju.

O caso de Riva é diferente e ele deve continuar no clube, mas com uma nova função, promessa de Petraglia. O dirigente é grato ao profissional por ele ter voltado ao Atlético e recuperado o fôlego do time após tentativas desastradas em 2003 e 2004. Como Riva retirou uma ação na Justiça para regressar, o dirigente não deve mandá-lo embora, mas pode rearranjá-lo no CT, como uma espécie de coordenador da área.

Tudo isso, no entanto, depende da chegada de Givanildo. Ele traz a tiracolo o preparador físico Wellington Vero e pode exigir mais um auxiliar, bem como um novo preparador de goleiros. Na reunião entre a diretoria e a nova comissão técnica tudo isso deverá ser resolvido. Na semana passada, o clube mandou embora 16 pessoas que pertenciam à comissão médica, técnica e outras áreas de apoio à preparação da equipe.

Cléber foi campeão no Santa com Giva

Membro da equipe do Santa Cruz, vice-campeã brasileira em 2005 na Série B, comandada por Givanildo de Oliveira, o goleiro Cléber, do Atlético, declarou aprovar a contratação do novo treinador pelo Furacão.

Em entrevista ao site Furacão.com, não oficial do clube, Cléber declarou que agora sim, a equipe terá um comando de verdade. ?Ele é uma pessoa que ajuda bastante os jogadores. Tem o poder de trazer o grupo pra ele. O trabalho é simples, mas dá muito resultado.?

Após a infrutífera aposta no alemão Lothar Matthäus, que fora de campo rendeu projeção internacional ao Furacão, mas custou a desclassificação do time no Estadual, o Atlético aposta em um pernambucano, duas vezes campeão da Série B do Brasileiro e campeão da Copa dos Campeões, mas que nunca trabalhou no Sul do país. Fora do Nordeste, dirigiu a paulista Ponte Preta e o mineiro América.

COPA DO BRASIL
2.ª Fase – Jogo de ida
Local: Estádio da Cidadania (Volta Redonda)
Horário: 21h45
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Assistentes:
Marco Antônio Martins (MG) e Helberth Costa Andrade (MG)

Volta Redonda x Atlético

Volta Redonda
Adriano; Márcio Gabriel, Aílson, André e Hamilton; Léo, Cadu, Amaral e Sérgio Manoel (Rodrigo Ítalo); Túlio e Elbinho (André Norat). Técnico: Dário Lourenço

Atlético
Cléber; Danilo, Alex e Paulo André; Jancarlos, Erandir, Alan Bahia (Fabrício), Ferreira e Moreno; William e Rodrigão. Técnico: Leandro Niehues

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