A volta dos clássicos paranaenses na Série B

Disputar um clássico na Série B não é o sonho de consumo de grandes equipes, mas o último deles envolvendo o Coritiba deixa boas lembranças na torcida até hoje.

Não foi contra o Paraná, o adversário de sábado, mas sim diante do arquirrival Atlético que buscava o título. O Alviverde jogou como nunca e garantiu o acesso com um time que tinha craques como Ademir Alcântara, Alex e Pachequinho. Para o Coxa, o 3×0 garantia a tão esperada vaga na primeira divisão após a “canetada” que derrubou o time em 1989.

“Para nós, a expectativa para aquele jogo era muito grande. Vínhamos na segunda divisão há muito tempo e coincidiu de ser um clássico o jogo da volta, que ficou marcado na história”, relembra o ex-meia Erielton Pacheco, o Pachequinho, hoje observador técnico do clube.

A vitória começou a ser construída no primeiro tempo com Alex e foi completada na etapa final com Auri e o próprio Pachequinho. Segundo ele, a motivação para vencer era muito grande. “O Atlético tinha retornado um jogo antes e nós tínhamos a oportunidade de voltar”, destaca.

Por isso, ele rechaça a “lenda” de que o Rubro-Negro teria “entregado” a partida como se comentou depois.

“Para desvalorizar a nossa vitória surgiu esse papo, mas o Coritiba foi muito superior. Era um clássico e a motivação era muito grande e para o Atlético era o jogo do título”, analisa.

Do mesmo lado naquele dia, o então goleiro Renato Secco também rechaça essa lenda. “Isso em Atletiba nunca vai acontecer. Nós entramos como se fosse a última partida da nossa vida”, disse o ex-arqueiro, hoje preparador de goleiros justamente do Paraná.

E como vai ser no sábado, Renato? “Eu tenho que abraçar a minha causa e uma vitória para nós vai fazer voltar aquela alegria (na Vila) que estava antes da parada da Copa”, projeta o paranista. No entanto, mesmo em lado oposto, ele não deixa de reviver aquele bom momento da carreira.

Com lendas ou sem lendas, o fato é que o clássico entrou para a história, mesmo sendo na segunda divisão. Você concorda, Pachequinho? “Eu prefiro clássico na primeira divisão, mas pelas circunstâncias foi um jogo especial e que é lembrado até hoje”, aponta. É isso mesmo, Renato? “Levar uma equipe de volta à primeira divisão não é fácil e conseguimos o objetivo que tínhamos, que era de subir”, complementa.

Esse encontro foi a última vez que dois clubes da capital se enfrentaram no torneio. Em termos paranaenses, o último confronto foi entre Paraná Clube 3×0 Londrina, pela Copa João Havelange, módulo amarelo.

Assim, quase 15 anos depois daquele 13 de dezembro de 1995, um clássico na segunda divisão nacional volta a esquentar a rivalidade local. E para o Coritiba, que desta vez é o visitante, vale a permanência na liderança da competição e uma vitória ainda pode abrir vantagem do quinto colocado, que é justamente o Tricolor.