Morte súbita

Semana passada um praticante de CrossFit, de 35 anos, teve uma parada cardiorrespiratória após uma sessão de treinamento em uma academia no Distrito Federal, colocando sob debate os riscos de morte súbita em decorrência da atividade física.

A morte súbita nos exercícios e no esporte ocorre durante a realização ou após as atividades, provocada, em geral, por algum transtorno no funcionamento normal do sistema cardiovascular. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, em indivíduos abaixo dos 35 anos está frequentemente ligada a doenças congênitas, já acima dessa idade se dá principalmente por cardiopatias adquiridas. Na maioria dos casos (estima-se 90%), o evento acontece por razões que poderiam ser detectadas através de exames clínicos.

Nesse caminho, o exercício não deve ser encarado como único responsável, ele é coadjuvante em um sistema complexo que envolve normalmente uma patologia já existente, ou seja, ele torna-se uma espécie de gatilho, alterando o equilíbrio de forma a desencadear uma série de fatores que culminam em morte, o que pode ocorrer em outras situações cotidianas.

Logo, é imprescindível uma avaliação médica antes do início de qualquer atividade física, como também, há necessidade de consultas periódicas ao cardiologista, por praticantes ou não, sobretudo aqueles que apresentam fatores de risco cardíaco, como obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias.

É preciso salientar, ainda, que em pessoas saudáveis que se exercitam, independentemente da intensidade, o risco de morte súbita é estatisticamente muito baixo. Além, é claro, que o hábito de praticar atividade física regularmente, associado a um estilo de vida saudável, atua na prevenção de doenças coronarianas e, consequentemente, diminui a possibilidade de tal ocorrência.