Crítica

Filme dirigido por Bárbara Paz representa o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2021

babenco alguem tem que ouvir o coracao e dizer parou
Cena de "Babenco, Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou". Foto: Divulgação/Imovision

No dia 18 de novembro, a Academia Brasileira de Cinema (ABC) anunciou o filme que irá representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2021. Entre os 19 selecionados estavam o longa curitibano “Alice Júnior”, a comédia “Minha Mãe é Uma Peça 3” e “Marighella”, entre outros. No entanto, o filme dirigido pela atriz Bárbara Paz, “Babenco, Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou” foi o escolhido.

O filme é uma homenagem a Hector Babenco, cineasta e ex-marido de Bárbara Paz, que faleceu em 2016. No longa, Bárbara conta história da vida do cineasta em paralelo com seus filmes.

O longa chegou aos cinemas na última quinta-feira (26) e já vem fazendo história em diversos festivais. Em Veneza, Paz conseguiu levar o prêmio de Melhor Documentário.

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Hector Babenco nasceu na Argentina e se naturalizou brasileiro. Ficou conhecido por dirigir “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, “Carandiru” e “O Beijo da Mulher Aranha” – com este recebeu uma indicação de Melhor Diretor no Oscar de 1986.

“Eu já vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela”, essas foram as palavras do cineasta para Bárbara em seus momentos finais de vida. Paz não deixou o sonho de seu marido morrer e realizou seu último desejo dirigindo o documentário.

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Quem conhecia o cineasta de perto sabia de sua triste realidade, por se sentir deslocado – Babendo não se considerava tão argentino e sofria receio em dizer que se achava brasileiro. No entanto, Bárbara consegue resolver esse dilema mostrando que seu lugar mesmo era o cinema.

Trama poética

Emocionante, elegante e delicado. Assim como o próprio nome “Babenco, Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, Bárbara Paz criou uma trama poética, metalinguística e profunda sobre Hector. A edição com cenas íntimas do casal, momentos marcantes e a delicadeza em contar a história do diretor usando a maior paixão dele, o cinema é espetacular.

Muito mais que uma homenagem ao diretor, o filme também é uma ode ao fazer cinema, a sua arte e sua importância a todos.

Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Pra quem curte: Documentário
Pra assistir com: Sozinho
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