Ainda em minoria, as mulheres se destacam em produções para o cinema e para a TV

Fernanda Montenegro se destaca no audiovisual. Foto: Divulgação/GShow

Quem é a sua atriz favorita? É fácil escolher. Mas você consegue dizer o nome de um filme dirigido por uma mulher. Ou qual é sua diretora brasileira preferida? Aposto que não. Isso porque, a produção audiovisual ainda é um campo comandado predominante por homens, não só no Brasil, mas no mundo inteiro.

Pesquisa da Agência Nacional do Cinema (Ancine) mostra que apenas 20% dos filmes são liderados por mulheres. A falta de abertura de mercado, o elevado preço dos equipamentos, a dificuldade de conseguir financiamento e de participar de editais governamentais revelam a pouca presença feminina em cargos direção e nos roteiros de filmes. Mesmo assim, há resistência e o país começa a perceber que boas histórias trabalhadas por elas estão ganhando grande visibilidade.

Cena do filme ‘Central do Brasil’. Foto: Divulgação

Nos cinemas, Carmen Miranda foi a primeira artista brasileira a ganhar estrela na Calçada da Fama, em Hollywood. A atriz Fernanda Montenegro foi a artista latino-americana pioneira em concorrer ao Oscar, em 1999, pelo filme Central do Brasil. Já as cineastas Petra Costa e Tetê Vasconcellos conseguiram emplacar um longa na categoria de melhor documentário, a primeira, neste ano, com Democracia em Vertigem, e a outra, em 1982, com El Salvador: Another Vietnam. Nas telinhas, novamente, Fernanda Montenegro faz história e foi a primeira atriz brasileira a ganhar um Emmy, o Oscar da TV, com a atuação em Doce de Mãe.

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As novelas de maiores audiências também são escritas em sua maioria por mulheres. Entre elas estão às obras que estão no ar hoje ou que foram exibidas recentemente: Éramos Seis, baseado na obra de Maria José Dupré e escrita por Daisy Chaves e Juliana Peres; Amor de Mãe, criada por Manuela Dias com Mariana Mesquita no roteiro, e Bom Sucesso – penúltima novela das sete da TV Globo, com autoria de Rosane Svartman. Todas retratam a vida de mulheres fortes.

Amor de Mãe. Foto: Divulgação/GShow

No SBT, Íris Abravanel é a ‘cabeça’ das novelas infanto-juvenis. A empresária, jornalista e autora conseguiu alavancar a audiência com a volta das teledramaturgias famosas dos anos 80 e 90 como Chiquititas, Carrossel e As Aventuras de Poliana.

Não podemos deixar de citar grandes escritoras de novelas do passado. Janet Clair, por grandes sucessos de seus folhetins no horário das 20h na Globo, ficou conhecida nos anos 80 como a Dama das Oito. Quem não se lembra de Pecado Capital, O Astro e Irmãos Coragem? Glória Perez é outra autora que encantou os telespectadores com várias histórias de outras culturas, como O Clone, América e Caminho das Índias. Suas novelas lançaram bordões e tendências.

Escritoras Janet Clair e Glória Perez. Imagem: Divulgação/Globo

As mulheres são criativas, profissionais e excelentes contadoras de histórias. Espero que o mundo reconheça o valor, a voz e a capacidade delas de mudarem o mundo. E que venham mais produções contadas e feitas por elas!