Duelo de piadas

No último final de semana, perdemos o cronista esportivo e ex-jogador de Pinheiros, Atlético e Coritiba Dionísio Filho. Antes de ser colunista da Tribuna, tive a honra de ser repórter, por alguns anos, do caderno de Esportes da Gazeta do Povo. Por conta do ofício, encontrava o Dionga em eventos e coberturas de jogos de futebol. E uma das minhas melhores lembranças da carreira como jornalista está relacionada a ele.

Foi no dia que passei acompanhando o humorista Ary Toledo em suas visitas por rádios e TVs para divulgar o espetáculo que apresentaria em Curitiba numa noite chuvosa de quinta-feira. Em todos os lugares, Ary chegava contando piada e parava, literalmente, as redações com os seus causos hilários. Não havia concorrência para ele. O humorista era o centro das atenções sempre. Isso mudou nos corredores da Band Curitiba. Dionísio Filho, que era um dos comentaristas do programa Donos da Bola, falava alto, contente e feliz porque naquele dia o programa receberia o Ary Toledo.

Entusiasmado com as piadas do ilustre convidado, Dionísio começou a contar as dele. E eram várias. Ary terminava uma, Dionísio emendava a outra. Parecia duelo de repentistas. Determinada altura, Dionga cansou e ficou apenas sugerindo temas para que o humorista preparasse uma nova história. “Conta aquela de são-paulino? Conta aquela de português? Conta aquela de goleiro?”, provocava o cronista.

E assim foi por mais de meia hora com o programa já no ar. Infelizmente, não tive a chance de falar para o Dionísio, mas logo que deixamos a emissora, já dentro do carro, Ary disse que pessoas com o ânimo do ex-jogador faziam a diferença na vida. “As piadas fluem e vão surgindo outras no meio da conversa. O humorista diverte as pessoas e, de bandeja, se diverte”, cravou o humorista. No início de uma tarde de junho de 2014, presenciei o encontro do piadista com o bem-humorado.