Brasil ou Inglaterra

Por motivos “obóvios”, esta coluna vai pro prelo pouquinho antes do juiz mexicano autorizar o início da batalha entre Brasil e os donos das ilhas Malvinas. Pra não dizer que aqui se falou de flores, neste grave momento da vida nacional, só nos resta cravar centena e milhar, de um a quinto. Registrar a vitória do Brasil, na maior felicidade, e lamentar em lágrimas a derrota dos nossos nacionais. Hó, dor!

Pra inglês ver que o Brasil tem chá no bule

Valeu, torcida brasileira: graças à meia bege do Arnaldo César Coelho e a nova plástica do Galvão Bueno, nossa família Scolari venceu a família real inglesa, nesta madrugada de início de inverno, que promete ser dos mais quentes do milênio.

Foi um triunfo da unanimidade, pois antes mesmo de iniciar a partida, todos os comentaristas concordavam: a bola é redonda. Sendo redonda, tanto podia vencer a Inglaterra, quanto o Brasil. E foi o que vimos em campo: a bola rolando e os argentinos no maior sufoco. Com um olho na telinha, outro no FMI.

Que esta vitória sirva também de lição aos arautos do Risco-Brasil, estes que já anunciavam o Brasil disputando o campeonato sul-americano de panelaços, na varanda do Felipão.

O Brasil não dormiu de touca. Nossa torcida, descabelada e com profundas olheiras, varou madrugada aos trancos e barrancos, pedindo peloamosdedeus! o apito final do Galvão Bueno.

Deitado em berço esplêndido, o povo brasileiro levantou, escovou os dentes e caiu na maior farra, cantando de galo na copa e na cozinha, comemorando o penta com muito chá no bule.

Começa no Brasil um longo e tenebroso inverno

A madrugada de ontem marcou o início de um longo e tenebroso inverno que deve durar outros quatro anos, até a próxima Copa, na Alemanha.

Foi uma derrota nos conformes, torcida brasileira: conforme o juízo do Felipão, conforme o astral dos três Rs, conforme a boa vontade do juiz mexicano, conforme todos os brasileiros previam: sem ninguém pra distribuir, o Brasil não podia ir pra frente. Faltou o crack Fernandinho Beira-Mar na distribuição, para matar as jogadas e os inglêses no meio-de-campo.

Não vamos chorar pelo chá derramado, vamos pensar no futuro, vamos tratar de eleger um técnico bem mais burro e teimoso, já nesta eleição de outubro: Lula, Serra, Ciro ou Garotinho, tanto faz, importante é ganhar da Argentina no campeonato da liga do FMI.

Acima de tudo, não é hora de eleger um culpado. Se preciso sufragar uma vítima, que seja essa maldita camisa azul. Esta foi a Copa onde o azul não deu camisa pra ninguém. Nem pra França, Itália ou Argentina. O Brasil vestiu azul… e a sorte então mudou. E dessa vez, nem o juiz ajudou, torcida brasileira!

Até domingo, com muito chá e simpatia.