Veneno

1º – A Globo está pagando para ver até onde os clubes paranaenses bancam a intransigência em relação ao valor final dos direitos para a transmissão do Estadual. Para a Globo, em matéria comercial, o Estadual não pesa. Em matéria de audiência, a exceção do Atletiba, qualquer clássico do Paulista ou do Carioca dá mais audiência. Entre clubes e a Globo está a Federação Paranaense de Futebol, que está obrigada a realizar o campeonato. Sem a sua cota da televisão, a FPF vai ter dificuldades em organizar o campeonato. Ao veterano cartola falta traquejo confiável para negociar, em especial com os clubes da Capital. Um dia desses, ficou esperando sentado para uma reunião com o Atlético. O Furacão não apareceu. A conta da reeleição de Hélio Cury para a presidência da FPF chegou para a maioria dos seus eleitores. Se Gomide tivesse sido eleito, estaria tudo resolvido.

2º – A diretoria do Paraná irá fazer uma prestação de contas aos seus associados. Por conhecer os números essenciais, diria que essa prestação deveria ser tornada pública. A solução dada a processos cujos valores extraordinários tornariam o clube insolvente a curto prazo, já seria o bastante para a torcida dar-lhe razão para ficar mais um ano na segunda divisão. Seria contraditório publicar o que deve e esconder o que paga.

3º – O treinador Paulo César Carpegiani desconversa, mas não ficará no Coritiba. Só poderá reconsiderar a ideia se ocorrerem dois fatos: não for confirmada uma proposta do exterior, e que Ernesto Pedroso, que o trouxe, assuma o comando formal do futebol. Escrevo formal, porque de fato nos últimos tempos Pedroso teve que resolver pendências de relacionamento, que seriam fatais para o clube na luta contra o rebaixamento. Alex Brasil não ficará no clube. A ele atribui-se o prejuízo que trouxe o seu trabalho na renovação do contrato de Raphael Veiga.

4º – O Atlético continua insistindo para aumentar o valor da sua cota de televisão para a transmissão dos seus jogos da Primeira Liga. Insiste, mas sabe que terá que ser maneiro. Ocorre que, na reunião que decidiu a divisão de cotas, o Furacão se fez representar por um advogado interno, que concordou com a divisão. O argumento da diretoria é que o advogado não tinha poderes para concordar. Pergunto: alguém do Atlético assina alguma coisa sem autorização de Mário Celso Petraglia?