Atlético 3 x 0 Paraná: Uma vitória “sem graça”

Se eu estiver errado, aceito censura.

Na vida, gostamos de enfrentar desafios. Quando precisamos molhar a camisa para ganhar, a vitória é especial. Além da alegria natural, exibimos o sentimento de superioridade. O contrário, isto é, uma vitória sem necessidade de cavá-la, provoca alegria, pois, afinal, vitória é vitória. Mas uma vitória que está projetada pelo previsível, acaba se tornando uma obrigação. Fica o consolo do dever cumprido.

No futebol, como na vida, é assim.

Talvez, mais.

É que não há nada mais vulnerável como o futebol. Bem por isso, quando menos esperamos, há a intromissão, daquilo que os intelectuais chamam de imponderável. Talvez, por ser pobre de escrita, eu prefiro tratar como surpresa. Então, uma vitória previsível, que não se submete a nenhum risco, pode acabar sendo uma “vitória sem graça”.

Eis a prova dessa verdade: na Baixada, pelo Brasileiro, Atlético Paranaense 3×0 Paraná.

Se eu estiver errado, aceito censura.

O Furacão, voltando de uma longa viagem e de um jogo em Caracas, obrigou-se a usar reservas humanas e físicas. Sem Paulo André e Léo Pereira na zaga, correu um grande risco com Thiago Heleno e Zé Ivaldo; sem Lucho González, reduziu o poder de pensar o jogo.

Não obstante essa poupança, precisou apenas de 30 minutos, com gols de Raphael Veiga e Pablo, para literalmente liquidar o Paraná. Pareceu que o jogo terminou com o gol de Pablo. O terceiro gol, no segundo tempo, de Marcelo Cirino, foi simples consequência. Na sabedoria irônica do notável João Saldanha, o maior entendedor de futebol de todos os tempos, é possível afirmar que o Furacão jogou para o gasto.

Renan Lodi, o lateral-esquerdo, foi o melhor em campo.

Se os olhos de Tite forem sinceros em uma renovação do Brasil, estará Lodi.

Dirão que uma coisa não tem que ver com outra.

Pergunto: se Tiago Nunes estivesse no comando desde o inicio, em que lugar estaria o Furacão no Brasileiro?

Pois, eu quero dizer: que uma coisa tem que ver com outra.

Mas, embora importante, essa é uma outra questão.

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