Sorte

As velhas teorias para explicarem as vitórias ainda vivem intensamente. Uma delas, talvez a mais antiga, foi preciso ganhar um apêndice de modernidade para encontrar a solução que a torcida pedia no jogo da Arena: se não for possível na técnica, que seja na raça. Mas apenas raça sem o mínimo de técnica, também não é solução.

Então, recorreu-se à sorte. Não existe uma maneira de explicar que, no tempo de desconto, uma bola perdida na área do Santa Cruz fosse dada de calcanhar e de costas para o gol por Danilo, caído, que alcançou Willian, e aí sim, com técnica, fez o gol da vitória do Atlético, 2×1.

Nada acontece na vida por acaso. Sempre tem uma causa. Mas às vezes falta-nos capacidade para motivar a ocorrência de um fato. O gol de Willian é um desses exemplos. Antes dele, o Atlético taticamente, outra vez jogou mal. Dênis Marques e Cristian perdendo gols e o goleiro Cléber fez duas defesas salvadoras.

Quando os antecedentes do fato são péssimos, só existe a sorte para explicar a vitória. Mas viver de sorte é muito perigoso, a vida também ensina.

Perigo

A torcida coxa lembra do ano passado? O Coritiba jogava bem e até ficava entre os intermediários para ganhar uma vaga na Sul-Americana. De repente começou a cair. Perdeu uma, duas e três, e sua gente achava que não era nada. Perdeu quatro e cinco jogos, e continuou achando que não era nada. Quando perdeu o sexto, o sétimo e o oitavo, foi ver e já era a segunda divisão.

Dos últimos doze pontos que disputou, o Coritiba ganhou um. Quem estava bem atrás – encostou – casos de Avaí e Paulista de Jundiaí. Hoje a solução seria no confronto direto, o que coloca qualquer time em perigo.

A diretoria, o técnico e os jogadores dizem que é fase. A torcida coxa lembra do ano passado? Era apenas uma fase, que até hoje não terminou.

Normal

Jogar mal o Paraná não jogou.

A derrota no Pacaembu, para o Corinthians, em qualquer situação é absolutamente normal. O time tricolor até que teve bons momentos. Talvez dos últimos jogos, embora perdendo, foi o melhor. Agora parte para um desafio. Nesta fase de insegurança e de derrotas terá suporte emocional para enfrentar a pressão de Vila Capanema?