Retorno

O Paraná já tinha voltado. Agora foi a vez de Atlético e Coritiba. Os três, sem graça, foram excluídos na primeira eliminatória da Copa São Paulo de Juniores. A questão tem a sua importância relevada ao estágio da insignificância. Não deveria. Se não é causa para motivar traumas, deveria ser causa para estudos em busca de uma resposta: por que, também, na base, nossos clubes fracassam?

A ideia comodista do crítico é apontar a falta de projeto ou projeto mal executado. Melhor se fosse isso, porque seria uma deficiência objetiva, que poderia ser atacada em curto prazo. Entendo que projeto há e ele é até bem executado pelos clubes.

O problema é bem mais grave. Está na migração dos jovens talentos para os grandes centros do futebol, em especial para São Paulo e Porto Alegre. Definitivamente, Atlético, Coritiba e Paraná perderam o poder de atrair o jovem talento pelo sonho de jogar no time de coração ou da Capital do seu Estado. O futuro é o que se faz, não o que se espera, escreveu certa vez Carlos Lacerda. Dos nossos clubes, o único que não está estagnado é o Atlético, que adotou a consciência definitiva de que as categorias de base têm que ser tratadas como profissionais. E para entrar nessa selva, é preciso saber que a lei, às vezes, é antipática, como foi no caso do menino Mosquito. O motivo de fundo, como se vê, é de ideologia dos jovens. É grave.

Brilhante

Enfim, uma grande contratação no futebol paranaense: Leandro Almeida, agora no Coritiba. Quando se usa a expressão “grande contratação” se faz com reservas, por que a referência é do passado e não do presente. Leandro foi bem jovem do Galo para Kiev, jogar no histórico Dínamo, e por lá ficou quatro anos. Resta saber se, obrigado a se adaptar ao estilo do futebol da Ucrânia, não tenha renunciado às suas virtudes técnicas naturais. É possível que não, por que no tempo da União Soviética, os poucos talentos dos “Vermelhos” vinham da Ucrânia.