Próximas emoções

Ao contratar Juliano Belletti para ser diretor de relações internacionais, o Coritiba arrisca ter trazido um grande problema para dentro do Couto Pereira. É fato, não é tese. Quem já viveu com tanta intensidade o futebol, e que é amparado por um bom histórico, não tem o poder de absorver o que vê e o que ouve em silêncio.

É natural, portanto, que Belletti se sinta autorizado a intrometer as suas opiniões em conversas com dirigentes. Para um profissional com o seu currículo, não há conforto em viver na ficção, pois o que se sabe o Coritiba não tem nenhuma relação internacional.

Em um clube que há uma explosão diária de vaidades, como o Coritiba, as reações tornam-se inevitáveis. E já começaram. Os coxas haviam já acertado com o Flamengo a contratação do lateral-direito Léo, que jogou pelo Atlético. Bastavam pequenos detalhes, quando Belletti interviu sugerindo a contratação do velho Maicon, lateral-direito de Felipão no 7×1. No pacote de Belletti, Maicon era apenas um contrapeso. O peso seria Ronaldinho Gaúcho, que estaria disposto a passar o ano em Curitiba. Ronaldinho viria dentro de um esquema comercial, que diminuiria o ônus dos coxas.

Mas a autoridade que Belletti está querendo mostrar não está assentada apenas no seu histórico de jogador. Há uma proteção do vice-presidente Alceni Guerra e de seu filho Pedro Guerra, que convenceram o G-5 a dar um contrato milionário para o ex-jogador. Há um componente em ações dos Guerras como construção de um novo estádio, e a contratação de um campeão do mundo como Belletti: o sonho de Alceni é encerrar a sua vida pública como presidente do Coritiba. E se não for possível, se for a hipótese de renovação por idade, gostaria de ver seu filho Pedro no comando do clube. Henrique Guerra, seu filho mais inteligente está descartado: é atleticano.

Comentários

Há leitores que comentam a minha coluna. A maioria por ser lúcida, quer dissertar a opinião sobre o tema. Mas há eventuais, de nome Renato Javier, que participa diariamente para praticar ofensas. Relevo porque eu sei que essa figura não existe. Esse Renato pertence ao grupo de covardes que usa os artifícios da internet para inventar nomes e dados pessoais.