O “crematório” do Urubu

Ao tratar das mortes do Ninho do Urubu, por ser o Flamengo titular de 30 milhões de torcedores, boa parte da grande imprensa está arredia aos fatos. Preferindo permanecer numa coleção de juízos óbvios, limita-se a tratá-las como uma tragédia, o fim dos sonhos dos meninos, e às homenagens póstumas.

Muitas vezes, insistir no óbvio é querer retardar o essencial. Há uma disfarçada pretensão de proteger o Flamengo, como se essa tragédia fosse daquelas em que se imaginam todos vítimas e, portanto, não há culpados.

Não é necessário ir além dos fatos já provados para se oferecer o juízo do essencial. Não se pode analisar essa tragédia, sem os antecedentes. O Ministério Público já havia concluído de que os jogadores eram tratados como uma subespécie pelos dirigentes do Flamengo. Então, os cartolas, ao manterem empilhados os jovens em contêineres, o fizeram com a consciência de que tudo poderia ocorrer, inclusive o incêndio.

Foi essa ação de continuidade e, portanto, consciente, que construiu o “crematório do Urubu”, na impactante e definitiva metáfora do notável jornalista Ricardo Noblat, da Veja.com. Tem-se na conduta dos dirigentes do Flamengo a hipótese do dolo eventual.

A tragédia previsível de Brumadinho levou para a cadeia os prepostos da empresa alemã que atestou a segurança da barragem da Vale. Por que razão a polícia, ainda, não foi buscar Eduardo Bandeira de Mello e Rodolfo Landin, aquele porque a administração criou o “crematório” e, esse, por tê-lo mantido?

Desta vez, chegar atrasado não será inútil.

Classificados

Como o Londrina não se define se é grande ou não, o Toledo ganhou a sua vaga. Então, Toledo x Operário, em Toledo, e FC Cascavel x Coritiba, em Cascavel, irão decidir o 1º turno do Paranaense.

Uma disputa de fazenda.

Operário 2×2 Coritiba passou de 40 faltas.

Um horror de técnica esse Estadual.