Gratidão

Recebo um pacote e dentro dele está uma camisa dos coxas. Seu remetente é Alex. É a número 10 do seu jogo 1000. Na camisa uma mensagem que imprimiu em mim e em minha família um sentimento definitivo. Está escrito no lado do coração: “Dr. Mafuz meu amigo. Só cheguei nessa marca porque teve uma participação importante sua. Abração.”

Desculpe o leitor de ocupá-lo com um fato pessoal, que só pode interessar a mim e aos meus de casa. Mas guardá-lo apenas entre poucos me provocaria angústia. E, talvez, seria egoísmo. Sem merecer, entendi esse gesto de Alex como de gratidão. E esse sentimento ganha amplitude no mundo de hoje, pois é raro, logo não vai existir.

No sábado, Alex fará o último Atletiba de sua carreira.

O seu maior Atletiba foi aquele de 16 de abril de 1995. O Coritiba não tinha um grande time. Mas tinha Carpegiani no banco, que o fazia jogar. E tinha no campo dois craques: um, ainda nascendo, chamado Alex, que se tornou o maior da sua história; o outro, Ademir Alcântara, um dos maiores meias do seu tempo.

Alex e Alcântara associaram inteligência e talento e a cada quarto de tempo, e de todas as formas, fizeram os Coxas despejarem gols: 5×1. Bem antes do final já haviam transformado o jogo em um ato de humilhação. Não sabiam que criavam um monstro, que ainda continua querendo ser deus: Mário Celso Petraglia.

Nunca mais o Atlético foi o mesmo.

Tornou-se o maior de todos.

A Alex, a minha gratidão.