Diagnóstico ? Final

Os atleticanos são todos iguais. Não existe graduação da paixão pelo clube. Linear, o que difere é apenas a intensidade e a forma de expor os sentimentos.

Por isso, por mais crítico que seja, nunca duvido dos ideais de Mário Celso pelo Atlético. Só que se tornaram frágeis e dominados pelo sistema, que privilegia o futebol como negócio e não como paixão. O objetivo final, que é a satisfação de ideal do torcedor, está imobilizado em um plano inferior: os grandes ídolos, as vitórias e as conquistas passaram a ser acessórias dentro do mecanismo empresarial, que incentiva o máximo de negócios.

Fazer negócios é fundamental. Mário Celso tem razão. A estrutura monumental do Atlético não mais se sustenta com o limite do crédito de um cheque especial. Mas com a paixão retraída pelos fracassos, os negócios serão esvaziados. Por mais que se finalize a Arena, por mais que se embeleze o CT do Caju, por mais que encha o caixa de dólares com a venda de jogadores, não haverá negócios futuros se o ideal do torcedor não for alcançado.

Não duvido do sentimento alheio, porque não posso. Não duvido das intenções dos outros, porque não devo. Sei que o atual estado de calamidade em que foi atirado o futebol do clube não é voluntário. Não é isso que Mário Celso quis ou não é isso que Mário quer. Mas ele é o grande culpado. Não por ser o único, mas por desprezar a sua carência de conhecimentos para tratar de futebol, não querer um diretor específico para não dividir o poder e por delegar autoridade a profissionais que mantém sob convênio. Com isso, mantém no cargo quem lhe é fiel, mas não quem é capaz. Vejam o caso de Antonio Carlos Gomes. Não questiono se tem capacidade ou não. Mas sim, a sua personalidade estranha, que provoca problemas diários e contínuos de relacionamento no clube. Até abril de 2002, estava afastado do futebol, inclusive das viagens.

Esses equívocos refletem no futebol, todos estão vendo. A reposição de jogadores, por falta de capacidade, foi um fracasso. Penso que tudo tem que recomeçar. Quem ajudou a construir esse Atlético, também, tem responsabilidade. Não pode virar as costas só para não ser indicado como oposição. Oposição é legal, moral e necessária. A retração aos valores, às vezes, é pior que os atos combatidos.

Cada atleticano que faça o seu papel.

O meu termina aqui.

Vou seguir o conselho de Santo Agostinho.