Tratamento de Hanseníase é tema de encontro

A Secretaria estadual da Saúde promove de quinta-feira (30) a sexta-feira (31) treinamento para profissionais da área de saúde sobre o tratamento de feridas causadas pela Hanseníase. A ação faz parte do planejamento do Programa de Combate à Hanseníase para este ano e destina-se a profissionais das Regionais do Paraná e instituições parceiras do Estado que trabalham no combate à doença.

Segundo a coordenadora do Programa de Combate à Hanseníase, Nivera Stremel, nestes dois dias, médicos e enfermeiros terão aulas teóricas e práticas sobre o tratamento da doença. Ela disse que o evento será uma oportunidade para discutir novas tendências para tratamento de feridas, os cuidados necessários com as lesões e as técnicas de curativo mais adequadas para os pacientes portadores de hanseníase.

“A organização desse evento faz parte de uma série de ações que visam sistematizar o atendimento às pessoas portadoras, disponibilizando um atendimento integral a esses indivíduos. Também será uma oportunidade de discutir o quadro de casos no Paraná, e as próximas medidas que serão tomadas para prosseguir com a redução de incidência de casos no Estado”, ressalta.

Profissionais da área tem estudado e buscado novas alternativas para controlar a doença. A previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que até 2010 ocorra menos de um caso para 10 mil habitantes. O Paraná está perto de atingir essa meta. Aqui, a incidência é de 1,2 para 10 mil habitantes e no Brasil esse coeficiente é de 1,48.

O encontro contará com a presença da monitora do Ministério da Saúde, Carmen Silvia Vieira, que irá propor as medidas que Ministério tem desenvolvido para prevenção da doença. Segundo ela, o Ministério já produz e distribui manuais que contém esclarecimentos sobre a hanseníase e relatos de pacientes e médicos que tratam o assunto.

“O Ministério realizou uma pactuação envolvendo as três esferas governamentais que darão prioridade ao tratamento da diabetes e da hanseníase. Ambas são doenças que podem ocasionar neuropatia (perda da sensibilidade nas extremidades), acarretando graves lesões na pele e até perda de membros. Em função da gravidade, medidas de prevenção, treinamentos, orientações serão prioritariamente desenvolvidos a fim de efetuar o controle dessas doenças”, destaca Vieira.

De acordo com outro palestrante do evento, o médico Adriano Mehl, responsável pela Comissão de Tratamento de Feridas do Hospital Pilar, é gratificante ver que o Governo do Paraná tem se mobilizado para que a assistência de saúde tenha um protocolo de tratamento específico para casos de hanseníase.

“É através da propagação desse trabalho multidisciplinar que envolve médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas e nutricionistas, que conseguiremos dar a devida assistência médica e contribuir para reinserção social e familiar do portador”, diz.

Nos últimos quatro anos, o Paraná diagnosticou uma média de 1.500 casos novos por ano. Em 2007, esse número foi de 1.364 casos. As regionais de saúde de Ponta Grossa, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Maringá, Londrina, Toledo e Curitiba registraram o maior número de casos.

Hanseníase

Causada pelo Mycobacterium leprae, descoberto em 1873 pelo cientista norueguês Gerhard Amauer Hansen, é uma doença infecto-contagiosa de evolução prolongada que ataca a pele, olhos e nervos.

O comprometimento dos nervos periféricos – que ligam o sistema nervoso central a diversos órgãos – é a característica principal da doença e provoca deformidades, as quais pode acarretar transtorno ao paciente como diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos.

O tratamento é gratuito em todos os postos de saúde, tem duração de 6 a 12 meses e não deve ser interrompido. Com a primeira dose de medicamento já é possível matar 90% dos bacilos evitando a transmissão. Além da estrutura operacional o comprometimento do próprio paciente é fundamental.