Pneumonia exige atenção extra no verão

Nos últimos anos, as temperaturas têm oscilado e diversificado bastante em todas as estações.

Na região Sul, por exemplo, as temperaturas passam por extremas variaçõe, inclusive no decorrer do dia.

Com efeito, atualmente, de 20% a 25% da população sofre transtornos alérgicos, ou seja, o dobro do que ocorria há 20 anos.

Em geral, as infecções respiratórias são mais frequentes no inverno, por conta do clima e da maior permanência em ambientes fechados, mas podem ocorrer no verão devido ao clima mais seco. Durante o inverno, ocorre um aumento em 90% de procura aos prontos socorros devido às doenças respiratórias e, no verão, cerca de 50%.

“O corpo humano precisa se manter a uma temperatura entre 35ºC e 37ºC. Com as mudanças na temperatura ambiente, de calor para frio e vice-versa, o corpo tenta manter uma temperatura equilibrada para se sentir mais confortável”, afirma o pneumologista Ricardo Milinavicius, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

O médico explica que, para isso, ocorre um aumento de gasto energético, com a alteração da imunidade do organismo, que fica mais sujeito às infecções como gripes, resfriados, sinusite, bronquite e até pneumonia.

Em todos os casos, é fundamental manter uma alimentação equilibrada, se hidratar bem e, especialmente entre os idosos, tomar a vacina contra a gripe para se proteger das infecções.

Pneumonia

No calor, devem ter atenção redobrada os portadores de doenças crônicas, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e rinite, que têm mais chances de desencadear infecções respiratórias.

Isso ocorre devido ao maior contato com ácaros e fungos, especialmente de ventiladores e aparelhos de ar condicionado. Estes equipamentos, quando não higienizados corretamente, e sem a manutenção adequada, são importantes abrigos de germes, como a Legionella que pode provocar pneumonia. O tempo seco também deixa a mucosa ressecada e mais vulnerável.

Além das bactérias presente nos aparelhos, outros causadores de pneumonias frequentes são o pneumococo Haemophilus influenzae, mais comum em fumantes e portadores de DPOC, a Klebsiella e enterobactérias, presentes nos intestinos.

O grande responsável pelas pneumonias mais graves, bem como pela recente pandemia da gripe A-H1N1, é o vírus Influenza. De acordo com o pneumologista, não existe uma forma totalmente eficaz de se prevenir a pneumonia.

Manter bons hábitos, entre eles, uma alimentação saudável, atividade física e repouso adequado são fundamentais para um bom equilíbrio do sistema imunológico e contribuem com a prevenção de quaisquer doenças.

“A maneira mais adequada para prevenção contra o risco de morte por pneumonia é a vacinação anual contra a gripe, uma vez que uma doença está relacionada à outra”, afirma o pneumologista Mauro Gomes, especialista em infecções respiratórias.

Em idosos, a vacinação reduz cerca 50% a mortalidade por doenças respiratórias quando comparados aos não vacinados. Em portadores de DPOC, bronquite e enfisema pulmonar, a redução chega a 70%.

Nos extremos de idade

Ocupando o ranking de maior causa de internações no Brasil, com aproximadamente 900 mil por ano, a pneumonia registra um maior número de internações nos extremos de idade, ou seja, crianças e idosos acima de 60 anos.

Eles fazem parte do grupo de maior risco de mortalidade em decorrência da patologia, que está em quarto lugar dos óbitos em todo o território nacional. As pneumonias são infecções que têm origem em bactérias ou vírus que penetram no interior dos pulmões devido a uma falha no sistema de defesa do sistema respiratório.

Os casos de transmissão de uma pessoa para outra são raros, diferentemente da gripe. Além desses grupos, os portadores de doenças que comprometem o sistema imunológico, como câncer, aids, lúpus, insuficiência renal ou diabetes, além dos fumantes, também estão mais expostos ao risco de adqu,irir a pneumonia.

Em repetidos episódios de pneumonia é necessária uma avaliação médica criteriosa, verificando se existe sinusite crônica, doença do refluxo, deficiência do sistema imunológico, câncer de pulmão ou alterações na estrutura pulmonar como bronquiectasias, que são dilatações permanentes dos brônquios.